domingo, 17 de março de 2013

QUANDO CHOVE, MEU SERTÃO É DIFERENTE



Autor: Prof. José Anacleto da Silva Filho  
(Serrinha dos Pintos - RN)

 
No tempo de fartura
As matas todas enverdecem
As relvas crescem e florescem
Enche-se de criaturas
No campo muita verdura
A terra fica cheirosa
Em pouco tempo se renova
Antes terra ressequida
Agora cheia de vida
Tudo cria alma nova.

O sertanejo antes decadente
Desce a roça assoviando
Passa o dia plantando
Agora está sorridente
Junto com os seus parentes
Ao voltar um banho de riacho
Água descendo aos cachos
Deixando vida e alegria
Satisfação que irradia
Desde cima até em baixo.

A chuva é festejada
Por homens e animais
Numa alegria que traz paz,
É grande a barulhada
Nas matas a bicharada
O sapo da lagoa é o violeiro
Com os bichos do tabuleiro
Passam dia e noite tocando
Todos juntos festejando
As chuvas no mês de janeiro

Após meses de trabalho
É hora de fazer colheita
Sertanejo se ajeita
O fruto é seu salário
O alimento necessário
A sua sobrevivência
Rumo à independência
Se sente dignificado
Quando colhe o resultado
Com a sua competência

Com alimentação farta
De comida tem os feixes
No açude tem os peixes
Além de muitas caças
Sertanejo mostra a raça
Se algo o incentiva
Não teme suar a camisa
Da terra tira o sustento
Havendo água tem alimento
E é tudo que ele precisa

Tem caju no cajueiro
Batata e macaxeira
Tem o queijo na queijeira
Mamão no mamoeiro
Todo o dia o ano inteiro,
Coco catolé e babaçu
Tem tapioca e beiju
Bolo de milho verde
Desde o norte até o sul

Tem o leite e a qualhada
Em todo canto água fria,
Tem melão, tem melancia,
Tem tudo não falta nada
Tem quiabo tem buchada
Abundância no sílhio
A farinha e o pão de milho;
Estando de barriga cheia
Criança não aperreia
E os pais dormem tranquilo

Tem festa e tradição
Tem sertanejo voltando
Na terra se estruturando
No cantinho do coração
Repovoando o sertão,
Por que quem aqui nasceu
Não importa o que sofreu
Tem coração patriota
Vira o mundo, mas, volta,
Para o cantinho que é seu.