sábado, 4 de janeiro de 2014

DENTISTAS BUSCAM FORMAS MENOS TRAUMÁTICAS DE TRATAR CÁRIES

O tratamento restaurador atraumático (ART, na sigla em inglês) dispensa o “motorzinho” (caneta de alta rotação usada na restauração de dentes cariados) ocupa, cada vez mais, um lugar de destaque nos consultórios dos dentistas. Desenvolvido na década de 90 para ser usado predominantemente em comunidades onde água e eletricidade são escassas, o método de baixo custo e técnicas manuais passou a ser recomendado para pacientes de diversas partes do mundo, especialmente crianças, idosos e pessoas com histórico de trauma ou com necessidades especiais.



Um dos maiores divulgadores da técnica, o professor holandês Jo Frencken, chega ao Brasil para o 32° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro. Membro do Comitê Mundial de Desenvolvimento Dental e Promoção da Saúde, Frencken afirma que o objetivo do tratamento restaurador atraumático é adotar uma abordagem amigável, que não provoque medo nem ansiedade nos pacientes. Por isso a opção por dispensar a anestesia, desde que as lesões de cárie sejam pequenas.

Para realizar o ART são necessários instrumentos manuais apropriados para técnica e um ionômero de vidro de boa qualidade, que apresente alta viscosidade, segundo o coordenador científico do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo da edição de 2014, Andre Callegari. O ionômero de vidro é biocompatível e possui flúor na sua composição. Com liberação contínua do flúor, o material atua também na prevenção de futuras lesões cariosas. O professor da Universidade Federal de Juiz de Fora Marcos Alex Mendes da Silva ressalta a importância do selamento com material restaurador específico, feito após a remoção da lesão e que impede a progressão da cárie.

O tratamento restaurador atraumático pode ser utilizado tanto em serviços públicos quanto particulares. A técnica é indicada nos casos de pequenas lesões de cárie e para situações em que as mãos do cirurgião-dentista têm livre acesso para realizar o tratamento. O método é desaconselhado quando há abcesso próximo ao dente cariado ou quando a polpa do dente está exposta.


Fonte: Jornal Correio do Brasil