O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no mensalão,
voltou a São Paulo para aguardar a assinatura de seu mandado de prisão pelo
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, em férias até o
final do mês, e diz que o ministro deve explicações.
"Barbosa
vai ter que explicar por que não assinou meu mandado de prisão", afirmou
João Paulo àFolha. "Se era urgente, por que declarou a minha
prisão, mas não assinou o mandado? Ele deve explicações", completou.
O
presidente do Supremo decretou a prisão de João Paulo na semana passada, porém
saiu em férias antes de assinar o mandado de prisão. Dessa forma, o petista
ganhou mais alguns dias em liberdade, visto que a ministra Cármen Lúcia,
presidente em exercício do STF, entende que somente o relator do processo do
mensalão pode assinar o mandado de prisão.
O deputado afirmou que está tranquilo e aguarda o final do mês,
quando Barbosa deve retornar das férias apto a assinar o mandado. "Até lá,
estou colocando minhas coisas pessoais em dia, conversando com companheiros
sobre as eleições de 2014 e passando por algumas consultas médicas, tudo com
muita tranquilidade", disse o petista.
Na
semana passada, ao ser informado pelo seu advogado, Alberto Zacharias Toron, de
que sua prisão havia sido decretada pelo STF, João Paulo Cunha viajou a
Brasília para se apresentar à sede da Polícia Federal assim que o mandado fosse
expedido.
Ao
saber que o mandado não seria assinado antes do fim do mês, o deputado preferiu
voltar à casa onde mora em Osasco, região metropolitana de São Paulo. "Sou
daqui, minha vida está aqui e vou ficar até o limite", disse.
João
Paulo avalia se comparecerá ao ato de desagravo que seus aliados preparam para
amanhã em Osasco –reduto político do petista. Na ocasião, será relançada a
revista "Nada mais que a verdade sobre a Ação Penal 470 [mensalão]", informativo
que traz documentos que negam a participação do deputado no esquema de
corrupção.
Fonte:
FOLHA DE S. PAULO