Revista Época, de João Roberto Marinho, consegue dedicar quase
vinte páginas ao que, em tempos normais, não passaria de uma nota de rodapé;
autor da proeza é o repórter Diego Escosteguy, de fértil imaginação, que
produziu uma capa com muito lero-lero sobre Pasadena, cujo único objetivo é
tentar conseguir convencer a ministra Rosa Weber, do STF, a abrir a CPI
exclusiva sobre a Petrobras; notícia se resume a uma discussão se teria sido
melhor para a estatal fazer um acordo com os belgas da Astra ou continuar
litigando; é mole?
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- Ao jornalista Diego
Escosteguy, chefe da sucursal de Época em Brasília, não se pode negar uma
qualidade: sua imaginação é fértil. Recentemente, o presidente do Supremo
Tribunal Federal, o Joaquim Barbosa, o acusou de inventar não apenas uma
entrevista, mas também seu perfil psicológico (relembre aqui). Outra reportagem
famosa – quando ainda estava em Veja – foi a das supostas malas de dinheiro na
Casa Civil, às vésperas da eleição presidencial de 2010.
Desta
vez, no entanto, ele se superou. Escosteguy conseguiu produzir quase vinte
páginas sobre algo que, em tempos normais, valeria, no máximo, uma nota de
rodapé. No entanto, como não vivemos tempos normais, posto que o Brasil está às
vésperas de nova campanha presidencial e também de uma decisão do Supremo
Tribunal Federal sobre a CPI da Petrobras, aquilo que seria uma nota virou capa
de Época, a revista semanal de João Roberto Marinho, em tom grandiloquente:
"Novas provas de corrupção na Petrobras". Afinal, como diz o senador
Alvaro Dias (PSDB-PR), o que importa é alimentar o noticiário ruim e
"desconstruir" a imagem do governo.
Bom,
mas e o que entrega a reportagem? Muito lero-lero, muita cascata e, como diria
Cazuza, um museu de grandes novidades. O único fato novo é um documento em que
advogados da companhia defendem que a empresa continue litigando com a belga
Astra, sócia na refinaria de Pasadena, quando o melhor, segundo Época, seria
fechar um acordo. Nesta hipótese, o prejuízo teria sido menor do que em caso de
litígio – o que é simples de avaliar quando se julga pelas lentes do
retrovisor.
Na
verdade, multada recentemente pela Receita Federal e em oposição explícita ao
governo Dilma, a Globo trabalha pela CPI exclusiva da Petrobras. Repetindo mais
uma vez Alvaro Dias, é hora de alimentar o noticiário negativo e
"desconstruir" a imagem do governo.
Quanto
à reportagem de Escosteguy, caberia num tweet de menos de 140 caracteres:
"advogados da Petrobras defenderam litígio com Astra, mas acordo teria
sido melhor".
Fonte: Portal Brasil
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