Na realidade a candidatura de Cícero Lucena (PSDB) ao
Senado da República na chapa do seu partido que terá candidato a governador –
Cássio ou outro nome – nas próximas eleições de outubro, já estava sendo
descartada porque vinha perdendo há muito, considerável parte do seu próprio
eleitorado.
Nos tempos de Ronaldo Cunha Lima, de saudosa
memória, em que fora vice-governador da Paraíba, a situação era outra completamente
diferente e o nome de Cícero era muito bem conceituado eleitoralmente. Tinha na
verdade a máquina administrativa governamental a seu favor e a simpatia popular
de Ronaldo lhe era em grande parte transferida por sempre estar muito próximo
do guarabirense governador, que sempre lhe repassava boa parcela de
responsabilidade administrativa, popularizando-o, portanto, e o tornando cada
vez mais conhecido no estado.
Há que se reconhecer, entretanto, que Cícero Lucena
desfraldou juntamente com o deputado Ruy Carneiro, a bandeira de candidatura
própria do PSDB na Paraíba, renegando o nome de Ricardo Coutinho (PSB) a quem
Cássio dera apoio e solidariedade eleitoral em 2010. E isso em função de se
trazer Cássio Cunha Lima, filho do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, seu dileto
amigo, como candidato a governador.
Dessa forma, Cícero tinha certeza plena de ser bem
acolhido por Cássio e que continuaria disputando a sua cadeira no Senado da
República, sem interferência de ninguém. E os dias foram passando e agora a ver
no rosto de Cícero estampada a marca da decepção e da tristeza, pois tem tudo
para não sair candidato a senador, uma vez que Cássio precisa da sua vaga para
negociar com nomes de maior densidade eleitoral atualmente, como Wilson
Santiago (PTB) e do ex-ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro (PP).
O poder embriaga e ofusca de tal forma que aos que o buscam faz com que esqueçam laços fraternos e familiares. Passa-se sobre tudo e todos, porque o importante é vivê-lo plenamente, ainda que por algum tempo.
Está
o senador paraibano Cícero Lucena em maus lençóis, atualmente, amargando duras
decepções por se sentir relegado a segundo ou terceiro plano (quem sabe?)
depois de ter sido informado de que o PSDB nacional é quem decidirá o seu
destino, que todos já sabem qual será.
Lembro-me
da máxima, então, sem querer ser defensor de ninguém, muito menos do governador
Ricardo Coutinho “quem faz aqui, aqui paga". E ao longo dos séculos é isso que se tem visto, sim.