Coincidência ou não,
Globo, Folha e Estado circulam nesta terça com a mesma manchete: o
reconhecimento, por Graça Foster, presidente da Petrobras, de que a compra da
refinaria de Pasadena "não foi um bom negócio"; jornais,
naturalmente, simplificam a declaração e retiram ressalvas importantes como
"aos olhos de hoje" ou complementos como o de que, naquele momento em
que foi fechada, a transação parecia atrativa; o que importa é reforçar a
pressão sobre a ministra Rosa Weber, do STF, para que ela garanta, liminarmente,
a CPI exclusiva da Petrobras em ano eleitoral.
247
- Manchete da
Folha de S. Paulo: "Refinaria não
foi bom negócio, diz Graça Foster".
Manchete
do Estado de S. Paulo: "Refinaria
nos EUA 'não foi negócio', afirma Graça Foster".
Manchete
do Globo: "Petrobras, enfim, admite
que não fez bom negócio".
O
fato é que os senadores conseguiram arrancar da presidente Graça Foster, na
tarde de ontem, uma frase que se encaixaria como uma luva para a cruzada
política empreendida pelos jornalões.
Pouco
importa se ela fez ressalvas, dizendo que esse mau negócio só pode ser
analisado aos olhos de hoje – e não à época em que a operação foi fechada,
quando parecia promissora.
Uma
manchete, afinal, apenas resume a ideia central.
E,
com o peixe que vendem hoje aos leitores, os três jornalões reforçam a pressão
para que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, garanta à minoria
do Congresso o direito de realizar uma CPI exclusiva sobre a Petrobras, em
pleno ano eleitoral.
Uma
CPI que não só terá repercussões sobre a imagem da companhia, como também pode
abrir caminho para um modelo de maior abertura no setor.
Dois
dias atrás, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que lidera a oposição na
iniciativa pró-CPI, voltou a defender o modelo de concessões no lugar do regime
de partilha, como o que foi usado na venda do campo de Libra, do pré-sal.
Como
se vê, a oposição vê na Petrobras sua "bala de prata" da disputa
eleitoral e o próprio futuro da companhia estará em jogo em 2014.
Fonte: Portal Brasil 247