Na tarde de ontem, 13, a cidade de Araçagi
viveu momentos importantes quando o bispo Dom Lucena, freiras, religiosos e párocos
da região se juntaram ao povo para em importante movimentação social passearem
pelas vias públicas, ainda que sob chuvas em determinados instantes, no
movimento que recebeu a denominação de 20º
Grito dos Excluídos que teve como motivação principal a busca por direitos
e liberdade.
A Paróquia de São Sebastião, em Araçagi, sob a
orientação sacerdotal do padre Bosco Nascimento, fez conhecer a todo o
município o seu posicionamento em defesa de quem se sinta ou seja realmente excluído.
Muito importante essa movimentação social, principalmente porque o povo não
pode caminhar sozinho e muito menos de forma desorganizada, o que o tornaria
vulnerável e fraco. A orientação da Igreja neste momento, sem dúvida alguma
estimula o seu povo a procurar pacificamente formas de melhorar as suas
condições de sobrevivência, bem como de exigir das autoridades constituídas políticas
públicas mais justas e eficientes.
Chega de se enganar ao povo com discursos
previamente preparados! A hora é de reflexão, senhores políticos, pois o povo
acordou e está se organizando democraticamente, amparado por entidades qualificadas
para acompanhá-lo nas mais longas e difíceis jornadas. O povo não está sozinho.
Toda essa movimentação da Igreja em defesa dos
excluídos teria se iniciado com uma coletiva de imprensa do bispo Dom Lucena,
na última quarta-feira, 10, no Seminário Diocesano São José, quando detalhou e
tornou pública a posição daquela que Jesus fundou, em favor dos que se sintam
e/ou de fato sejam excluídos perante a sociedade. Louvável, inquestionavelmente,
essa posição da Igreja.
Num instante em que o povo se acha
completamente desnorteado e fragilizado diante de tantos atos de corrupção
política; de falta de assistência médica, odontológica e hospitalar; de educação
de qualidade duvidosa e sendo oferecida em prédios completamente sucateados e
de ausência de políticas públicas que venham a cuidar do seu verdadeiro bem
estar, os religiosos são muito bem vindos, sim, sobretudo se pretendem se
solidarizar com os excluídos e com eles caminhar de mãos dadas em busca de um
futuro melhor.
(Fotos dos arquivos do Padre Gaspar Rafael)