Economistas de instituições financeiras fizeram poucas
alterações em suas projeções sobre a economia brasileira, voltando a reduzir
ligeiramente a perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste
ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta
segunda-feira.
Com a atividade dando sinais recorrentes de fragilidade, os
analistas consultados veem o PIB crescendo 0,27% em 2014, contra
0,28% na semana anterior, quando haviam interrompido 19 semanas seguidas de
queda nas contas. Para 2015, a projeção de expansão foi mantida em 1,0%.
A economia brasileira é um tema de destaque na disputa
presidencial entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Depois de o país
ter entrado em recessão técnica no primeiro semestre e em meio ao cenário de
inflação elevada, os eleitores irão às urnas neste domingo para o segundo turno
da eleição presidencial.
Em relação à alta do IPCA, a perspectiva para este ano
permaneceu em 6,45% e para 2015, em 6,30%, mostrou ainda o Focus. A meta do
governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Depois de o IPCA ter chegado em 12 meses a 6,75% em setembro, o mercado
aguarda agora a divulgação na terça-feira dos números de outubro do IPCA-15.
Os analistas consultados também mantiveram as projeções para a
Selic a 11% neste ano e a 11,88% em 2015. O valor do dólar alcançará R$ 2,40.
Os preços administrados, como as tarifas de energia elétrica, que sofrem
influência do governo, passam a ter o crescimento estimado em 5,15%.
Os analistas e investidores voltaram a aumentar também a
previsão para a dívida líquida do setor público, que agora está estimada em
35,1% em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), conceito que engloba a soma das riquezas
produzidas pelo país. Aumentou também o pessimismo em relação ao crescimento da
indústria, que agora está em -2,24%.
No setor externo os números não são também animadores pela ótica
do mercado financeiro. O déficit em conta corrente, um dos principais
indicadores, passou de US$ 80 bilhões para US$ 81 bilhões, com o saldo da
balança comercial brasileira registrando US$ 2,29 bilhões e não mais US$ 2,44
bilhões como previsto anteriormente. Os investimentos estrangeiros diretos
permanecem em US$ 60 bilhões em 2014.
Fonte: Correio do
Brasil