Convocado pelo Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), cerca de dez mil pessoas se manifestaram
contra a falta de água tratada na periferia de São Paulo nesta quinta-feira
(26).
A marcha teve concentração no Largo da Batata
e saiu, às 18h30, em direção ao Palácio dos Bandeirantes.
O objetivo era levar uma pauta de
reivindicações ao governador Geraldo Alckmin, incluindo pedido de programa
emergencial de distribuição de caixas d’água, cisternas e abertura de poços
artesianos nas periferias; transparência na divulgação da qualidade da água da
Represa Billings; nenhum ajuste tarifário; rompimento de contratos de consumo
de água que favoreçam grandes empresas; e isonomia para estabelecer rodízio,
por causa da denúncia de que rodízio mais severo já está sendo aplicado em mais
de 30 bairros nas zonas sul, leste e região metropolitana, de acordo com o
movimento.
Guilherme Boulos, representante do MTST,
esperava que o governador recebesse o movimento, ao fim da caminhada, e
atendesse às reivindicações.
Ele disse que “já vivemos racionamento nas
periferias e região metropolitana”, e o governo precisa reconhecer que o
problema existe.
Segundo Boulos, a política atual é de
penalização das vítimas, que ficam sem água ou pagam multas caso aumentem o
consumo, enquanto “o consumo efetivo é do agronegócio e da indústria”.
Um caminhão-pipa estava à frente do ato, com
pessoas em volta imitando uma escolta.
Segundo Josué Rocha, do MTST, a alegoria era
uma crítica ao momento que a Grande São Paulo está vivendo, por causa da falta
de água e da violência policial.
Tinha ainda uma banheira com chuveiro,
ocupada por um boneco com a foto de Alckmin no rosto, além de faixas com
mensagens pedindo água para a população.
A Polícia Militar (PM) acompanhava a passeata
com um efetivo de aproximadamente 120 policiais.
De acordo com a comandante da operação, major
Dulcinéia Lopes de Oliveira, o trajeto seria pela Avenida Faria Lima e Ponte
Cidade Jardim, até chegar ao palácio.
Fonte: Portal Pragmatismo Político