Flávia
Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Os
trabalhadores da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, São Paulo, decidiram
hoje (27), em assembleia, suspender a greve, iniciada no último dia 22, até o
dia 18 de maio. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a decisão
foi tomada após o anúncio da proposta encaminhada pela empresa, que inclui o
cancelamento das demissões de 500 trabalhadores, previstas para o dia 4 de
maio, a prorrogação do layoff até 15 de junho e a abertura de um novo PDV
(Programa de Demissão Voluntária) para todos os trabalhadores da fábrica.
Previsto no
Artigo 476 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o layoff é um
instrumento pelo qual o trabalhador tem seu contrato de trabalho suspenso,
passando a receber o seguro-desemprego oficial mais a complementação do
salário, paga pela empresa, durante período máximo de cinco meses.
"Em 18 de
maio já tem negociação marcada, do sindicato com a empresa, para avaliar o
resultado do PDV. Se o resultado reduzir [o número de trabalhadores] e der
conta de administrar o excedente, estará resolvido. Se não, haverá nova
negociação e a mobilização será retomada com a mesma força e garra",
explicou o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio
Nobre.
Os
trabalhadores da Mercedes-Benz entraram em greve, por tempo indeterminado, na
última quarta-feira, após o anúncio de demissão dos 500 trabalhadores que
estavam com contratos de trabalho suspensos, por tempo determinado (layoff).
Além dos suspensos, a Mercedes-Benz assegura ter ainda um excedente de 1.400
trabalhadores na fábrica de São Bernardo.
O presidente
do sindicato, Rafael Marques, ressaltou que apesar do quadro difícil das
negociações com a empresa, foi encontrada uma boa saída para o momento.
"Conseguimos barrar as demissões sumárias, que não podíamos aceitar.
Agora, com a prorrogação do layoff e um PDV com melhores condições para os
trabalhadores, vamos continuar a negociação com a empresa. Não está tudo
resolvido, mas conseguimos um bom encaminhamento. E isso só se deu por força da
mobilização dos companheiros", destaca.
Além das negociações
com a empresa, o sindicato cobra do governo federal ações de estímulo à
economia e proteção aos trabalhadores. Na semana passada, a entidade encaminhou
ofícios aos ministérios da Fazenda, Trabalho, Desenvolvimento Econômico e à Secretária-geral
da Presidência da República solicitando urgência na adoção do Programa de
Proteção ao Emprego (PPE).
A
Mercedes-Benz foi procurada, mas não deu retorno até o fechamento desta
matéria.
Fonte: Brasil 247