Paraná 247 – A permanência de Fernando
Francischini à frente da secretaria de Segurança do Paraná se tornou
insustentável. Quem pede, em público, sua demissão é ninguém menos que o
deputado federal Valdir Rossoni (PSDB-PR), que também preside o diretório
estadual dos tucanos. Leia, abaixo, texto postado pelo jornalista Esmael Morais:
Do blog do Esmael –
O deputado federal Valdir Rossoni, presidente estadual do PSDB do Paraná, neste
domingo (3), pelo Facebook, pediu as demissões do secretário da Educação,
Fernando Xavier, e da Segurança Pública, Fernando Francischini.
Para preservar o “chefe” — o
governador Beto Richa (PSDB) — do massacre contra os professores no último dia
29 de abril, Rossoni, que é ex-presidente da Assembleia Legislativa, se apressa
em culpar os dois “mordomos”.
Rossoni apenas verbaliza o que
pensa o governador, que não tem coragem de vir a público para assumir a
responsabilidade pela tragédia do Centro Cívico.
“O secretário da Educação está
fora do contexto da pasta. É um ótimo técnico, seria muito útil em outra área,
mas não está preparado para a área da Educação”, sentenciou Rossoni, cotado
para assumir a chefia da Casa Civil no lugar de Eduardo Sciarra (PSD).
Para Rossoni, que fez uma nota
calibrada pelo Palácio Iguaçu, se fosse durante sua gestão, a Assembleia e o
governo não passariam tamanho vexame internacional.
“A começar pelos responsáveis
pelas atitudes desmedidas, pelos desmandos, pelos exageros [Francischini]. Que
sejam exonerados ou que peçam para sair”, recomendou o xerife Valdir Rossoni.
O diabo é que os professores
que foram massacrados não se contentam com as cabeças de Francischini e Xavier.
Os educadores e servidores públicos, que foram alvo de covardes ataques de
bombas e cães da PM, querem a ‘renúncia já’ do governador Beto Richa. O tucano
não tem condições políticas e morais para continuar no cargo.
Leia
a íntegra da opinião de Rossoni: Nos dias das votações que
geraram confronto na praça eu estava em Brasília. Lá, tomei conhecimento dos
fatos através da imprensa, com informações desencontradas. Ao voltar ao Paraná,
assisti as imagens e, a partir do que vi, tirei algumas conclusões, que seguem:
1) A ação da policia foi desproporcional e desnecessária. Mas sei que
se a tropa agiu daquela maneira, foi por ordem do comando. Não era o caso de se
fazer uso de balas de borracha, cães, etc
2) O secretário da Educação está fora do contexto da pasta. É um
ótimo técnico, seria muito útil em outro área, mas não está preparado para a
área da Educação.
3) Espero que o governador, em
nome dos seus eleitores e do seu partido, tome medidas imediatas para mudar o
rumo da situação. Por mais que a APP-Sindicato faça o jogo do PT, o diálogo é
fundamental na articulação política na preservação dos princípios democráticos.
Do contrário, estarão dando munição a um sindicato pelego do PT.
4) A grande maioria dos professores e dos funcionários públicos
não tem informação correta do que foi aprovado. É preciso esclarecimento.
Sim, houve excessos por parte
do comando da Segurança. Também houve má fé por parte da APP e pessoas
estranhas que desvirtuou a verdadeira intenção do projeto. Somos todos
paranaenses e esta situação interessa somente a quem tem olhos para os votos da
próxima eleição.
Espero – e tenho certeza – que
o governador, com profunda análise dos fatos, tenha clareza para tomar as
medidas necessárias que restabeleçam com urgência a verdade e a tranquilidade
do povo paranaense. A começar pelos responsáveis pelas atitudes desmedidas,
pelos desmandos, pelos exageros. Que sejam exonerados ou que peçam para sair.
Em nome da paz, do
entendimento, do estado do Paraná e de seu povo.
Valdir
Rossoni
Dep Federal
Presidente do PSDB
Fonte: Brasil 247
COMENTÁRIO DO BLOG: É muito interessante a forma de agir de determinados políticos
quando caem em erros absurdos perante o povo, principalmente nos últimos
acontecimentos entre governo e professores paranaenses, em que a polícia
militar de forma bárbara fez questão de mostrar ao mundo que vale ali a lei do
poder e a vontade do mandante. Nada mais que isso foi o que aconteceu e não
adianta agora se querer tapar o sol com a peneira.
A situação do governador Beto Richa (PSDB-PR) ficou muito
feia perante o povo brasileiro e a comunidade internacional e agora, para tentar
dar uma explicação e diminuir o tamanho do prejuízo à sua imagem, quer atribuir
as responsabilidades da truculência militar durante o confronto com os
professores em protesto, nas ruas centrais de Curitiba, aos secretários de
Segurança e da Educação daquele Estado. Foi à ordem do Palácio (Richa) e devido
à sua própria intransigência na condução do diálogo com os professores, que os
fatos aconteceram.
Aliás, esses acontecimentos violentos do Paraná, lembram
muito a cenas acontecidas nos idos de 1964, quando se implantou a ditadura
militar no Brasil.
Como se sabe, nenhum secretário é capaz de sustar ou
alterar a vontade do governante. Os assessores recebem ordens e de quem, se
acima deles está única e exclusivamente o governador? Não há o que se discutir.
E o pedido de exoneração dos secretários é feito pelo deputado
federal Valdir Rossoni, presidente do PSDB daquele estado, até para
salvaguardar mais uma vez a imagem do governante.
Ora, há um vídeo com imagens muito nítidas, desfilando
pela internet, que foi feito de dentro do Palácio do Iguaçu, do governo do
Estado, portanto, cuja cópia fora enviada ao Blog do Esmael, mostrando a
alegria de pessoas que assistiam à cena de guerra em praça pública, quando a
polícia militar reprimia violentamente aos professores e servidores com bombas
de gás lacrimogênio e fortes jatos d’água.
Ao longo da história, sabe-se que os exércitos foram
criados para defender o Estado, os governantes e os poderosos, muito embora os
seus salários e mordomias – e dos que detêm o poder também – saiam do bolso do
povo, através de elevadas cargas tributárias.
A mentira tem pernas curtas, algozes do povo!