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- A situação do
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretende
conduzir a abertura de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, se complica à medida em que avançam as investigações da Operação Lava
Jato.
Cunha,
que já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo
Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, viu nessa sexta-feira,
25, o juiz Sérgio Moro remeter ao STF cópia do depoimento do empresário João
Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB no esquema de corrupção na
Diretoria Internacional da Petrobrás. Henriques disse em depoimento fez "a
pedido de terceiro" transferência bancária a um político com foro
privilegiado em um contrato da estatal para a aquisição do campo de
exploração em Benin, na África.
No
mesmo dia, investigadores da Lava Jato informaram que o lobista Fernando
Soares, o Fernando Baiano, outro operador do PMDB no esquema de propinas da
estatal, confirmou em depoimento informações dadas por outro delator, o
empresário Julio Camargo, de que o presidente da Câmara teria recebido propina
de pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela
Petrobras.
Júlio
Camargo já teve o acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal e
disse a procuradores que Fernando Baiano intermediava os repasses para Eduardo
Cunha.
Isolado
dentro do seu próprio partido, Eduardo Cunha recrudesce o discurso contra o
governo e pede a saída do PMDB da aliança com a presidente Dilma. Em direção
oposta, a bancada do PMDB na Câmara se aproxima cada vez mais do governo, numa
articulação liderada pelo líder do partido Leonardo Picciani.
Com
novos fatos surgindo e a confirmação por mais pessoas das denúncias de
corrupção envolvendo Cunha já divulgadas, qual a moral do presidente da Câmara
para conduzir impeachment de Dilma, contra quem não há suspeitas de
favorecimento? Fonte: Brasil 247.