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– Acusado de ter
atuado em favor da Odebrecht junto ao presidente da Namíbia em 2009, o
ex-presidente Lula rebateu, por meio da assessoria de imprensa do instituto que
leva seu nome, os jornais que noticiaram o caso criminalizando o gesto do
ex-presidente.
"PR
fez lobby" eram os títulos das reportagens dos jornais O Estado de S.
Paulo e O Globo nesta terça-feira, uma frase que teria sido escrita pelo
ex-ministro do Desenvolvimento durante o governo Lula, Miguel Jorge, em um
e-mail enviado a dois executivos da Odebrecht.
A
declaração fazia referência a um encontro entre Lula e Hifikepunye Pohamba,
então presidente do país africano, recebido no Itamaraty para um almoço em
fevereiro daquele ano. O e-mail foi apreendido durante a fase Erga Omnes, da
Operação Lava Jato, e, segundo a Polícia Federal, a frase faz "provável
referência" a Lula.
Em
nota, a assessoria do ex-presidente afirmou: "Em seus dois mandatos, Lula
chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os
continentes. A diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações
brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase
US$ 200 bilhões, e isso representou a criação de milhões de novos empregos no
Brasil."
O
texto prossegue, com críticas à mídia: "Só uma imprensa cega de
preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter
trabalhado por seu país e seu povo." Para a assessoria do Instituto Lula,
"há uma repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de
imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a atuação lícita, ética e
patriótica do ex-presidente na defesa dos interesses nacionais, atuação que
resultou em um governo de grandes avanços sociais e econômicos, com índices
recorde de aprovação."
"Temos
a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do ex-presidente Lula,
antes, durante e depois do exercício da Presidência do país, e da sua atuação
pautada pelo interesse nacional", conclui o texto.
Ao
comentar o caso ontem, o ex-ministro Miguel Jorge defendeu que fazer lobby para
as empresas do país é papel dos chefes de Estado e ministros. "A primeira
visita da rainha da Inglaterra ao Brasil nos anos 70 foi especificamente para
vender aviões ingleses, de uma empresa que depois foi uma das que formaram a
Airbus. Acho que esse é o papel dos governantes, de realmente se esforçarem
para ter um comércio exterior maior para os seus países", lembrou. Fonte:
Brasil 247.