O
prejuízo sofrido pela Petrobras por conta da corrupção investigada pela
operação Lava Jato deve superar os R$ 20 bilhões, disse nesta sexta-feira o
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa criada
para investigar o bilionário esquema de corrupção em estatais.
Dallagnol
disse ainda que o Ministério Público Federal (MPF) assinou o 32º acordo de
delação premiada no âmbito da Lava Jato e que a força-tarefa que cuida do caso
tem material para, pelo menos, mais um ano de investigações. Por questões de
sigilo, ele não quis revelar quem é o novo delator da operação e assegurou que,
como cada etapa das investigações tem seus desdobramentos, a Lava Jato terá
ainda “muitos anos” de trabalho.
– As
colaborações premiadas são o motor que move a Lava Jato. Permitem a agilização
da investigação e exponencializam a investigação – disse ele a jornalistas
durante congresso sobre o Ministério Público no Rio de Janeiro.
– Antes
da primeira colaboração, nós tínhamos uma investigação de apenas R$ 26 milhões
e agora são bilhões de reais. As colaborações não são ponto de chegada, mas
abreviam o caminho para ter provas e evidências para condenar pessoas que
cometeram crimes.
O
procurador declarou que até agora a investigação já resultou na recuperação de
mais de R$ 1,5 bilhão e as estimativas apontam que os desvios de contratos da
Petrobras somam, no mínimo, R$ 6 bilhões.
– Isso
é só a ponta do iceberg – frisou ele.
Dallagnol
estima que os prejuízos causados à Petrobras possam superar R$ 20 bilhões,
incluindo corrupção e o superfaturamento de contratos.
– O
que temos é que apenas a propina na Petrobras envolveu R$ 6,2 bilhões. Isso é
uma parte do prejuízo e ainda tem o lucro ilícito que as empresas receberam por
práticas de superfaturamentos ou no cartel, e por isso o valor do prejuízo
superará R$ 20 bilhões. “É provável que seja o prejuízo para a Petrobras”,
avaliou. Fonte: Correio do Brasil.