A juíza Daniela Barbosa é conhecida por ser ‘linha dura’. Ela é responsável pela cassação do ex-prefeito de Teresópolis Mário Tricano, que tinha mais de 20 anotações criminais e nunca havia sido condenado. Daniela também condenou, em primeira instância, Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, pelo atropelamento que causou a morte do ciclista Wanderson dos Santos, em 2012. Ele, porém, acabou sendo absolvido em segunda instância por dois desembargadores.
A Justiça concedeu liberdade ao soldado da Polícia Militar Allan de Lima Monteiro, um dos quatro acusados de tentar agredir a juíza Daniela Barbosa nas instalações do Batalhão Especial Prisional (BEP). O PM foi liberado do Presídio Bangu I, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde da terça-feira (6).
Monteiro foi transferido do BEP para Bangu como
punição, após ser identificado pela magistrada como um dos autores da agressão.
A defesa do soldado entrou com um habeas corpus, que foi concedido pela 6ª
Câmara Criminal no último dia 3.
Na decisão, o desembargador Luiz Noronha Dantas,
relator do processo, considera que “avulta os olhos a inequívoca ausência de
homogeneidade entre condições prisionais, na exata medida em que a imputação
não envolve infração penal com violência ou grave ameaça à pessoa”.
Prisão. Monteiro estava preso após ser
denunciado pelo Ministério Público Estadual por sua participação na morte de um
adolescente de 15 anos na Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, em
fevereiro. Alan Souza de Lima estava brincando com amigos na comunidade quando
foi fuzilado.
Na ocasião, o jovem Chauam Jambre Cezário, de 17 anos, também foi atingido, mas se recuperou. O caso ganhou repercussão porque acabou sendo filmado pelo celular da própria vítima.
Na ocasião, o jovem Chauam Jambre Cezário, de 17 anos, também foi atingido, mas se recuperou. O caso ganhou repercussão porque acabou sendo filmado pelo celular da própria vítima.
Monteiro responde por fraude processual, ou seja, é
acusado de ter ajudado a alterar a cena da morte de Alan. Já o autor dos
disparos que mataram a vítima teria sido, segundo a investigação concluída pela
Delegacia de Homicídios, o sargento Ricardo Vagner Gomes, então colega de
Monteiro no 9º Batalhão (Rocha Miranda).
O caso foi registrado inicialmente como auto de
resistência e, segundo os inquéritos das polícias Militar e Civil, o soldado
Monteiro, que estava no mesmo veículo que Gomes, ajudou o superior hierárquico
a mentir e apresentar na delegacia do bairro uma pistola e um revólver, que
disse estar com os jovens baleados. Fonte: Pragmatismo Político.