247 - O filho do ex-presidente
Lula, Luis Cláudio Lula da Silva, entrou com pedido de direito de resposta
sobre reportagem publicada pelo UOL, na coluna Esplanada, assinada pelo
jornalista Leandro Mazzini. Segundo o advogado Cristiano Zanin, o jornalista
"incorreu em grave erro" ao publicar que o filho de Lula "é
suspeito de ganhar R$ 2,4 milhões numa triangulação em Medida Provisória
editada pelo pai, quando presidente, que teria beneficiado fabricantes de
automóveis". O texto de Mazzini diz ainda que "dias depois da publicação
da MP, o escritório de consultoria que atende às fabricantes repassou o
dinheiro para a empresa de marketing esportivo do filho de Lula, cujo setor
aparentemente não tem a ver com automóveis".
Abaixo os esclarecimentos do advogado de Luis
Cláudio:
Luis Cláudio não ganhou R$ 2,4 milhões “numa
triangulação em Medida Provisória editada pelo pai (...)”. A simples observação
da data de constituição da LFT Marketing Esportivo – que jamais teve qualquer
relação, direta ou indireta, com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF) – é o que basta para afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas
levantadas pelo jornalista e veiculadas pelo UOL. A citada MP foi editada em
2009 e a LFT constituída em 2011 — 2 anos depois. A prestação de serviços da
LFT para a Marcondes & Maltoni ocorreu entre 2014 e 2015 – mais de 5 anos
depois da referida MP e está restrita à atuação no âmbito de marketing
esportivo.
O jornalista erra igualmente ao afirmar ter
havido “repasse de dinheiro” à LFT. Houve pagamentos por prestação de serviço,
realizados à medida que os trabalhos contratados pela Marcondes & Mautoni
foram executados. Dos contratos em questão, resultaram 4 projetos e relatórios
que estão de acordo com o objeto da contratação e foram devidamente entregues à
contratante. O valor recebido está contabilizado e todos os impostos recolhidos
e à disposição das autoridades.
Nos esclarecimentos que prestou ao Delegado de
Polícia Federal Marlon Cajado (em 4/10), Luís Claudio confirmou tais trabalhos,
informando ter chegado a essa empresa quando procurava patrocínio no setor da
indústria automobilística, medida necessária pela perda do patrocínio da
Hyundai, após 2 anos de participação no “Torneio Touchdown” – contradizendo a
afirmação de Mazzini de que a atuação da LFT se dá em setor que “aparentemente
não tem a ver com automóveis”. O relatório da própria PF aponta que marketing
esportivo está também entre as áreas e projetos em que a Marcondes &
Mautoni estava atuando.
No caso de Luís Claudio Lula da Silva houve uma
inversão lógica do procedimento legal. O ato de busca e apreensão em sua
empresa foi requerido por dois membros do Ministério Público Federal, embora o
relatório da Polícia Federal, elaborado após mais de 7 meses de investigação,
não apontasse nenhuma situação concreta que pudesse, ainda que remotamente,
configurar indício da prática de qualquer crime por Luís Cláudio.
Cristiano Zanin Martins – advogado de Luis
Cláudio Lula da Silva
Fonte: Brasil 247.