O presidente da França, François Hollande, abriu
a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21) nesta
segunda-feira (30/11) em Paris lembrando às delegações de 195 países o papel do
clima na instabilidade política que leva a conflitos em diferentes lugares do
mundo.
“As mudanças climáticas trarão conflitos assim
como as nuvens trazem tempestades”, disse Hollande, anfitrião da conferência.
“Estados correm o risco de não conseguir mais prover as necessidades básicas de
suas populações, com o risco de surtos de fome, êxodo rural e conflitos por um
recurso cada vez mais escasso: água.”
“O que está em jogo nesta conferência climática é
a paz”, disse o presidente francês na abertura da COP21, que começou na manhã
desta segunda-feira e prossegue até o dia 11 de dezembro com o objetivo de
estabelecer um acordo universal para limitar as emissões de gases causadores do
aquecimento global e mitigar as mudanças climáticas.
Os 195 países se comprometeram a reduzir suas
emissões, mas cientistas advertem que as promessas não são o suficiente para
manter o aumento das temperaturas abaixo dos 2 graus Celsius.
A OMM (Organização Meteorológica Mundial),
agência das Nações Unidas, anunciou na última quarta-feira (25/11) que os anos entre
2011 e 2015 são o período mais quente já registrado na história, com 2015
caminhando para ser o ano mais quente já registrado. O estudo da OMM apontou
que a média da temperatura global neste ano deverá “alcançar a simbólica e
significante marca de 1º C” acima do nível da era pré-industrial, entre 1880 e
1899.
Hollande afirmou que nenhum país está a salvo do
impacto das mudanças climáticas, mas os países mais pobres, com a menor
responsabilidade por emissões de gases estufa, são os mais duramente afetados.
“Temos que agir em nome da justiça climática”, disse o presidente francês.
“Precisamos assegurar um desenvolvimento
igualitário e sustentável e não comprometer nossos escassos recursos. Essa é a
equação que temos que solucionar nesta conferência”, disse Hollande.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou
que “boas intenções” não são o suficiente. “Em Paris, vamos decidir o futuro do
planeta.”
“Este é um momento de virada”, diz Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em seu
discurso na abertura da conferência que se apresenta como “o líder da maior
economia do planeta e do segundo maior emissor de gases estufa” (depois da
China) e que os EUA reconhecem seu papel na criação do problema e acolhem a
responsabilidade de agir contra as mudanças climáticas.
“Somos a primeira geração a sentir o impacto das
mudanças climáticas e a última que pode fazer algo [para combatê-la]”, disse
Obama. Fonte: Opera Mundi.