247 – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal
Federal, converteu a prisão temporária do banqueiro André Esteves em
preventiva. Com isso, o dono do BTG Pactual não tem mais data para deixar a
carceragem de Bangu 8, no Rio de Janeiro. Também foi mantida a prisão de Diogo
Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
A decisão tende a agravar a situação do BTG
Pactual, que colocou ativos à venda, como a rede de hospitais D'Or, para fazer
caixa.
Leia,
abaixo, reportagem da Reuters sobre a venda de ativos:
BTG Pactual oferece fatia na Rede D'Or a parceiros,
dizem fontes
SÃO PAULO
(Reuters) - O grupo BTG Pactual aproximou-se de parceiros na Rede D'Or São Luiz
para a venda de sua participação de 12 por cento na maior rede de hospitais do
Brasil, uma vez que o banco de investimento lida com as consequências da prisão
do presidente André Esteves na última semana, disseram duas fontes com
conhecimento do assunto.
Os executivos do banco com sede em São Paulo vinham
negociando a fatia na Rede D'Or desde agosto, embora a prisão de Esteves tenha
"acelerado as negociações", disseram as fontes, que pediram anonimato
porque o processo continua privado.
(Reportagem de Guillermo Parra-Bernal e Tatiana
Bautzer)
Leia,
ainda, reportagem da Agência Brasil sobre a decisão de Teori:
STF mantém prisão de André Esteves e de chefe de
Gabinete de Delcídio
Michèlle
Canes – repórter da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori
Zavascki converteu as prisões temporárias do diretor executivo do Banco BTG
Pactual, André Esteves, e do chefe de Gabinete do senador Delcídio do Amaral
(PT-MS), Diogo Ferreira, em preventivas. Divulgada no início da noite de hoje
(29), a decisão atende a pedido encaminhado ontem (28) pela Procuradoria-Geral
da República (PGR).
À 0h, terminaria o prazo das prisões temporárias.
Com a decisão do ministro, ambos permanecerão presos por tempo indeterminado.
Segundo a Assessoria de Comunicação de Zavascki, a decisão foi baseada na
análise do material levantado e dos depoimentos prestados ao longo dos cinco
dias de prisão de Esteves e de Ferreira.
Para o ministro, o material coletado preenche os
requisitos para a conversão das prisões e mostra que a medida é necessária para
garantir a efetivação da justiça. Responsável pela defesa de André Esteves, o
advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, chegou a
entrar com pedido no STF para que a prisão não fosse prorrogada.
André Esteves e Diogo Ferreira foram presos na
última quarta-feira (25) durante a Operação Lava Jato. Esteves está no presídio
de Bangu 1, no Rio de Janeiro. Ferreira está na carceragem da Superintendência
da Polícia Federal em Brasília. Além deles, foram presos o senador Delcídio do
Amaral (PT-MS) e o advogado Edson Ribeiro, ex-advogado do ex-diretor da Área
Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) usou
depoimentos da delação premiada de Cerveró e do filho dele Bernardo Cerveró
para pedir as prisões. As prisões foram autorizadas no último dia 24 por
Zavascki e executadas no dia seguinte pela Polícia Federal.
Segundo o documento enviado pela PGR ao Supremo
Tribunal Federal, no qual faz o pedido de prisão dos investigados, a
procuradoria diz que Delcídio tentou dissuadir Nestor Cerveró de aceitar o
acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). Caso o acordo
fosse firmado, o ex-diretor da Petrobras não deveria mencionar o senador e
André Esteves. A Agência Brasil não conseguiu contato com a
assessoria da PGR. Fonte: Brasil 247.