247 - Após o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar que aceitou pedido de
impeachment nesta quarta-feira (2), a presidente Dilma Rousseff afirmou que
recebeu com "indignação" a decisão do peemedebista.
"Hoje [quarta] eu recebi com indignação a
decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de
impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo
brasileiro", disse Dilma, em pronunciamento no Palácio do Planalto.
A presidente foi dura na crítica a Eduardo Cunha,
mesmo sem citá-lo diretamente. "Não possuo conta no exterior, nunca coagi
instituições ou pessoas, nunca escondi dinheiro. Meu passado e presente atestam
meu respeito à lei e à coisa pública", disse.
Ela afirmou ainda que "não podemos deixar
conveniências abalarem a democracia do país". "Devemos ter
tranquilidade", frisou.
"São inconsistentes e improcedentes as
razões que fundamentaram esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado
por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita e desvio de dinheiro
público", acrescentou.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da
presidente Dilma Rousseff:
"No dia de hoje, vocês viram que foi
aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto de lei que atualiza a meta fiscal,
permitindo a continuidade dos serviços públicos fundamentais para todos os
brasileiros.
Ainda hoje, eu recebi com indignação a decisão do
senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment
contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro.
São inconsistentes e improcedentes as razões que
fundamentam este pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não
paira por mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não possuo conta
no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais.
Nunca coagi, ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer
meus interesses.
Meu passado e meu presente atestam a minha
idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública.
Nos últimos tempos e, em especial, nos últimos
dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha dos votos de membros
da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca,
haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment.
Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer
tipos de barganha. Muito menos com aquelas que atentam contra o livre funcionamento
das instituições democráticas do meu país, bloqueiam a justiça, ou ofendam os
princípios morais e éticos que devem governar a vida pública.
Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à
improcedência desse pedido, bem como, quanto ao seu justo arquivamento. Não
podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a
democracia e a estabilidade do nosso país.
Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas
instituições e no estado democrático de direito.
Obrigada a todos vocês e muito boa noite!"
Fonte: Brasil
247.