sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

QUE A PRAÇA SEJA DO POVO



A violência parece ser ato que nunca terá contenção, pois tem avançado em grau surpreendente de força e por locais nunca dantes imaginados. Cidades interioranas da nossa região, tão pacatas até agora, começam a se transformar em locais de medo e onde a precaução e cautela devem ser acompanhantes da pessoa humana, a partir da criança. Ela não tem hora para surgir, não respeita ninguém e nem condição social, e nem escolhe mais o momento e lugar. Para ela o essencial é simplesmente a oportunidade a qualquer momento do dia e da noite, pelo que se anuncia através da arma branca ou pelo troar dos canos dos revólveres, pistolas e espingardas 12. Deixando vítimas prostradas é o que está valendo. E as justificativas para essas ocorrências tristes que fiquem para depois.

Tomo conhecimento através de bons portais deste estado que na Baia da Traição, importante cidade litorânea tão frequentada por pessoas desta região em que se insere Guarabira, na noite de ontem, três jovens foram assassinados a tiros de espingarda 12, na presença de muitas pessoas que se encontravam na praça principal e suas cercanias. O que chama a atenção, acredito que das autoridades dali, também, é justamente que o acontecimento se deu pra todo mundo assistir e em horário em que famílias se descontraiam normalmente conversando ou simplesmente contemplando a cidade, o mar e a própria noite.

Afinal, a expressão poética de Castro Alves, “a praça é do povo como o céu é do condor” dá pra fazer compreender que nesse espaço cabe plenamente uma parcela ou todo um povo desejoso de paz, diálogo, diversão e descontração. 

Ah, amigo poeta, tão jovem da vida arrebatado, que bom seria se tivesse razão o seu pensar, pois o que se vê por estes tempos ditos modernos, é a praça por você mencionada com tintas de fé pacífica, sendo invadida pela maldade humana que se resolveu enveredar por caminhos tenebrosos do banditismo. 

Que os paraibanos e a humanidade encontrem os caminhos da paz e da harmonia, para que tanto sofrimento humano pereça em razão da vida. Não se pode perder a fé e nem a vontade de lutar pela paz, pois de todos é a responsabilidade de deixar aos filhos e netos um mundo melhor e mais humano.  

E ao povo, que se devolva a praça, pois!