247 – Apesar da
resistência do governo brasileiro, o primeiro-ministro israelense,
Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (14) que Dani Dayan continua
sendo o seu nomeado para ocupar o cargo de embaixador de Israel em Brasília.
"Acredito que Dani
Dayan é um candidato excepcionalmente qualificado. Ele continua a ser meu
candidato. Acho que rotular pessoas é o próximo estágio após rotular produtos,
e não quero rotular ninguém", disse Netanyahu. Ele acrescentou, no
entanto, que espera poder fortalecer relações com o Brasil.
A indicação de Dayan gerou uma revolta no Itamaraty. Um
grupo de embaixadores aposentados lançou um manifesto criticando a decisão de Israel, sem
submetê-la, antes, ao governo brasileiro.
Lembrando a memória do
embaixador Luís Martins de Sousa Dantas, “que salvou centenas de judeus do
Holocausto”, eles dizem que a indicação é uma afronta: “Essa quebra da praxe
diplomática parece proposital, numa tentativa de criar fato consumado, uma vez que
o indicado, Dani Dayan, ocupou entre 2007 e 2013 a presidência do Conselho
Yesha, responsável pelos assentamentos na Cisjordânia considerados ilegais pela
comunidade internacional, e já se declarou contrário à criação do Estado
Palestino, que conta com o apoio do governo brasileiro e que já foi reconhecido
por mais de 70% dos países membros das Nações Unidas”, disseram.
Dayan, por sua vez,
‘esnobou’ a resistência ao seu nome e disse que “no último meio ano, o Brasil
se deteriorou em todos os sentidos e se tornou bem menos importante e
desafiador ser embaixador". "Mas não se trata de questão pessoal. O
primeiro-ministro precisa decidir como lidar com um país que boicota um cidadão
israelense por causa do local onde mora", acrescentou. Fonte:
Brasil 247.