Minas 247 – Rifado por
Globo e Abril neste fim de semana, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que está
prestes a ser denunciado pela procuradoria-geral da República, busca agora um
acordo com o vice-presidente Michel Temer, do PMDB.
"Achava que o melhor caminho era
uma nova eleição, para que assumisse um presidente legitimado pelo voto. Mas
compreendo que isso só aconteceria a partir de uma decisão do TSE (de cassar a
chapa eleita PT-PMDB). E essa decisão pode chegar, mas talvez o Brasil não
aguente esperar tanto por isso. Nesse momento, há um consenso de que a
emergência é tão grande que qualquer cenário é menos danoso para o Brasil do
que a presença de Dilma na Presidência. Por isso, nós do PSDB temos discutido
essa questão, estamos centrando todo nosso esforço político e de mobilização na
aprovação rápida do impeachment. E, a partir daí, vamos negociar uma agenda
para os próximos dois anos, que possa ser implementada pelo vice-presidente,
Michel Temer, e que permita ao Brasil voltar a respirar", disse ele, em
entrevista à jornalista Débora Bergamasco.
A declaração de apoio a Temer significa
que o PSDB praticamente desistiu da ação movida no Tribunal Superior Eleitoral
e que, agora, tentará de alguma forma participar de um eventual governo
peemedebista. "Há hoje uma convergência de reunir esforços para que o
impeachment possa ser votado nos próximos 45 dias. Daremos a nossa contribuição
à governabilidade no pós-Dilma. Daremos solução a questões estruturais",
disse ainda Aécio.
O senador mineiro afirmou, ainda, que o
obstáculo ao impeachment é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). "Tive
inúmeras conversas com o senador Renan. Ele, por ter se tornado o mais visível
sustentáculo dentro do PMDB a esse governo, tem que compreender que a história
cobrará dele também. O caminho neste momento é o de anteciparmos a saída da
presidente da República. Sempre com base em preceitos constitucionais para que,
num clima de harmonia, possamos construir as bases para um governo de
transição. Ele duraria dois anos e aí, em 2018, o Brasil retoma seu caminho a
partir do voto popular. As bases do PMDB espalhadas pelo Brasil inteiro estão
vendo que com a presidente Dilma não se reinicia um novo processo no
Brasil." Fonte: Brasil 247.