terça-feira, 22 de março de 2016

ATENTADOS NO AEROPORTO E METRÔ EM BRUXELAS DEIXAM MAIS DE 30 MORTOS




Duas explosões no aeroporto de Bruxelas deixaram 31 mortos, até o início da tarde (horário de Brasília) e mais de 40 feridos, número que pode aumentar, e explosões em estações de metrô, na manhã desta terça-feira, provocadas por atentados suicidas. Antes das explosões algumas testemunhas dizem terem ouvido disparos e gritos em árabe. As explosões no aeroporto ocorreram às 8h00 e no metro por volta das 9h00. Passageiros abandonaram o recinto do aeroporto e foram para as pistas, esperando proteção. O número total de vítimas no aeroporto e no metro se eleva, neste momento, a trinta e quatro mortos e mais de uma centena de feridos,
Foi encontrada mais tarde uma bomba não deflagrada no aeroporto e uma outra bomba explodiu às 14 horas no aeroporto, ao que parece numa sacola e por intervenção da polícia. Logo depois da primeira explosão, informou-se ter sido encontrada uma kalachnikov e uma cintura com explosivos, que não havia explodido.
No aeroporto, que está fechado, está confirmado ter havido dois atentados suicidas. O metro também foi fechado. As televisões e rádios europeias começam a transmitir edições especiais. O plano catástrofe entrou em execução em Bruxelas. Tudo leva a crer na repetição de uma situação semelhante à ocorrida em Paris em novembro passado. Todos os transportes públicos foram suspensos em Bruxelas por precaução.
Esses atentados confirmam os temores dos europeus quanto às repetidas ameaças terroristas de jihadistas e coincidem com a prisão, há cinco dias do sobrevivente dos atentados de Paris, o franco marroquino Salah Abdeslam, no bairro de Molenbeek, considerado o ponto de concentração dos jihadistas e salafistas decididos a lançar uma guerra na Europa.
O grande temor das autoridades europeias é a presença em diversos países de cerca de algumas centenas de jihadistas de retorno da Síria e do Iraque, onde foram lutar pelo chamado Estado Islâmico. Dispersos, anônimos, contando com o apoio discreto e o silêncio de amigos e familiares são praticamente incontroláveis.
A Bélgica é considerada o ponto central do terrorismo europeu, de onde saíram os terroristas jihadistas envolvidos nos últimos atentados, com uma grande concentração de população muçulmana, onde imãs extremistas ainda há pouco tempo pregavam a guerra do jihad contra os infiéis ocidentais.
As consequências políticas dos últimos atentados são fáceis de se constatar, eles reforçaram os partidos de extrema direita europeus e provocaram um aumento do racismo. E seria esse justamente o objetivo dos jihadistas – criar um clima de insegurança e desconfiança entre os europeus, onde convivem em paz praticantes das diversas religiões.

Matéria atualizada às 12h08.

Por Rui Martins, de Genebra em comunicação com Bruxelas. Fonte: Correio do Brasil.