Duas explosões no aeroporto de
Bruxelas deixaram 31 mortos, até o início da tarde (horário de Brasília) e mais
de 40 feridos, número que pode aumentar, e explosões em estações de metrô,
na manhã desta terça-feira, provocadas por atentados suicidas. Antes das
explosões algumas testemunhas dizem terem ouvido disparos e gritos em árabe. As
explosões no aeroporto ocorreram às 8h00 e no metro por volta das 9h00.
Passageiros abandonaram o recinto do aeroporto e foram para as pistas, esperando
proteção. O número total de vítimas no aeroporto e no metro se eleva, neste
momento, a trinta e quatro mortos e mais de uma centena de feridos,
Foi encontrada mais tarde uma
bomba não deflagrada no aeroporto e uma outra bomba explodiu às 14 horas no
aeroporto, ao que parece numa sacola e por intervenção da polícia. Logo depois
da primeira explosão, informou-se ter sido encontrada uma kalachnikov e uma
cintura com explosivos, que não havia explodido.
No aeroporto, que está
fechado, está confirmado ter havido dois atentados suicidas. O metro também foi
fechado. As televisões e rádios europeias começam a transmitir edições
especiais. O plano catástrofe entrou em execução em Bruxelas. Tudo leva a crer
na repetição de uma situação semelhante à ocorrida em Paris em novembro
passado. Todos os transportes públicos foram suspensos em Bruxelas por
precaução.
Esses atentados confirmam os
temores dos europeus quanto às repetidas ameaças terroristas de jihadistas e
coincidem com a prisão, há cinco dias do sobrevivente dos atentados de Paris, o
franco marroquino Salah Abdeslam, no bairro de Molenbeek, considerado o ponto
de concentração dos jihadistas e salafistas decididos a lançar uma guerra na
Europa.
O grande temor das autoridades
europeias é a presença em diversos países de cerca de algumas centenas de
jihadistas de retorno da Síria e do Iraque, onde foram lutar pelo chamado
Estado Islâmico. Dispersos, anônimos, contando com o apoio discreto e o
silêncio de amigos e familiares são praticamente incontroláveis.
A Bélgica é considerada o
ponto central do terrorismo europeu, de onde saíram os terroristas jihadistas
envolvidos nos últimos atentados, com uma grande concentração de população
muçulmana, onde imãs extremistas ainda há pouco tempo pregavam a guerra do jihad
contra os infiéis ocidentais.
As consequências políticas dos
últimos atentados são fáceis de se constatar, eles reforçaram os partidos de
extrema direita europeus e provocaram um aumento do racismo. E seria esse
justamente o objetivo dos jihadistas – criar um clima de insegurança e
desconfiança entre os europeus, onde convivem em paz praticantes das diversas
religiões.
Matéria atualizada às 12h08.
Por Rui Martins, de Genebra em comunicação com
Bruxelas. Fonte: Correio do Brasil.