247 – O
senador Delcídio Amaral (PT-MS) acusou o tucano Aécio Neves (PSDB-MG),
presidente do PSDB e líder principal do golpe contra o governo da presidente
Dilma Rousseff, de ter recebido propina no esquema de corrupção em Furnas. A
declaração foi feita em delação premiada homologada nesta terça-feira 15 pelo
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
"Questionado ao depoente
quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar,
mas sabe que Dimas [Toledo, ex-presidente de Furnas] operacionalizava
pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio
Neves", diz trecho da delação. O acordo também prevê que Delcídio pague
uma multa de R$ 1,5 milhão em dez parcelas.
Delcídio declarou ainda que
Dimas Toledo tem "vínculo muito forte" com Aécio e que sua indicação
para o cargo teria partido do tucano, junto ao PP, durante o governo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A revelação confirma o que já foi
delatado pelo doleiro Alberto Youssef - de que Aécio indicou Dimas e que
recebia propina de Furnas. No entanto, nenhum inquérito foi aberto para apurar
o caso.
O senador petista relatou que
foi questionado pelo ex-presidente Lula sobre quem era Dimas Toledo, durante
diálogo em uma viagem ocorrida em 6 de maio de 2005. Segundo ele, Lula teria
explicado o motivo da pergunta: "Eu assumi e o Janene veio pedir pelo
Dimas. Depois veio o Aécio e pediu por ele. Agora o PT, que era contra, está a
favor. Pelo jeito ele está roubando muito".
Outra denúncia de Delcídio
contra Aécio diz respeito a uma fundação no exterior. Ele conta ter ouvido de
Janene que Aécio era "beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso
fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato". A instituição
estaria no nome da mãe do tucano ou do próprio Aécio Neves e a operação
financeira teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro.
Em outro trecho da delação,
Delcídio acusou Aécio de atrasar envio de dados do Banco Rural para a CPI dos
Correios, que investigava o 'mensalão', a fim de realizar uma
"maquiagem" nas informações. "A maquiagem consistiria em apagar
dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério e companhia", disse.
Na delação, o parlamentar
também fez acusações contra o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Segundo ele, Mercadante lhe propôs ajuda financeira para evitar a delação. Fonte:
Brasil 247.