'A
direita perdeu toda a racionalidade', diz José Mujica; Nicolás Maduro faz apelo
por mobilização popular na América Latina em defesa de Dilma e Lula.
Líderes internacionais como
Nicolás Maduro, José Mujica e Ernesto Samper, e organizações políticas
manifestaram apoio nos últimos dias à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e
ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“No transcurso da tarde de hoje, me comuniquei
com vários presidentes da América Latina e do Caribe muito preocupados pelo
golpe de Estado contra Rousseff. Não duvido em classificá-lo dessa forma, há um
golpe de Estado midiático e judicial contra a presidente”, afirmou o presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta quinta-feira (17/03). Ele fez um apelo para
que haja uma mobilização popular latino-americana em defesa de Dilma e Lula.
Na quinta-feira, o ex-presidente do Uruguai José
Mujica afirmou que os acontecimentos no Brasil indicam que a direita
"perdeu toda a racionalidade” e “não quer Lula e o PT porque rechaça a
necessidade de repartir”. “É verdade que os que pagam o pato da crise não são
os que vão gritar contra Dilma e contra Lula, é o povo pobre. É preciso
trabalhar por esse povo”, afirmou Mujica em entrevista ao jornal argentino Página 12.
Organizações e movimentos populares da Argentina
divulgaram nesta sexta, também, uma carta de repúdio às manifestações contra
Dilma e Lula. “Durante as últimas semanas, a escalada golpista se aprofundou.
Com a causa judicial ‘[Operação] Lava Jato’, que envolve integrantes do governo
e da oposição em escândalos de corrupção, se pretende violar o mandato
democrático [de Dilma]”, diz a carta.
“Trata-se de um claro ataque coordenado entre
políticos de direita, centros empresariais e meios de comunicação que apostam
em aprofundar as políticas neoliberais no país. Nós, que estamos vivendo as
consequências da implementação de políticas antipopulares e antidemocráticas de
um governo neoliberal [em referência ao presidente da Argentina, Mauricio
Macri], expressamos nossa solidariedade para com o povo brasileiro”, argumentam
os signatários.
O secretário-geral da Unasul,
Ernesto Samper, postou nesta sexta uma mensagem em seu perfil do Twitter em que
voltou a demonstrar apoio a Dilma. “Reitero apoio e solidariedade à presidente
constitucional do Brasil, Dilma Rousseff, e o direito de Lula à sua legítima
defesa, sem pressões políticas”, tuitou Samper, que também é ex-presidente da
Colômbia (1994-1998).
O PCP (Partido Comunista
Português) divulgou uma nota também nesta sexta na qual condena as ações contra o
governo do PT e se diz “solidário com as forças progressistas brasileiras”. “O
que sobressai nos recentes acontecimentos no Brasil não é a tentativa de
combater a corrupção e um sistema político e eleitoral que a favorece, mas
antes uma ação protagonizada pelos setores mais retrógrados — eles próprios
mergulhados em décadas de corrupção —, visando, por via da instrumentalização
do poder judicial e da ação de órgãos de comunicação social, a criação das
condições para a reversão dos avanços nas condições de vida do povo brasileiro
alcançados nos últimos 13 anos”, diz o comunicado. Fonte: Opera Mundi.