A dois dias da
decisão do PMDB sobre a permanência na base aliada do governo da presidenta
Dilma Rousseff, a tensão no cenário político aumenta e peemedebistas favoráveis
e contrários ao rompimento tentam ganhar apoio em articulações de bastidores.
O partido,
presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, marcou para as 15h
da próxima terça-feira (29) a votação sobre a permanência no governo. A eleição
será realizada em um dos plenários da Câmara dos Deputados e pode mudar a
condução dos trabalhos no Planalto e no Congresso.
ARTICULAÇÃO. Temer cancelou a
viagem que faria a Lisboa nesta segunda-feira (28) a pedido de peemedebistas
que querem que ele participe do processo de articulação da decisão da legenda.
Na última quarta-feira (23), o vice-presidente se reuniu com o senador Aécio
Neves, presidente nacional do PSDB e um dos principais opositores de Dilma,
para uma conversa sobre a situação política do país.
No mesmo dia, as
articulações ocorreram do outro lado, em encontros do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e de
outras lideranças peemedebistas alinhados com o governo com o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante da ameaça
de desembarque político do principal partido da base aliada, Dilma disse, em
declarações na última semana, querer “muito que o PMDB permaneça" no
governo, mas disse que vai respeitar a decisão da legenda.
Dilma disse que
aposta no comprometimento de ministros peemedebistas que compõem seu governo,
entre eles, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e
Inovação). Os dois querem que a aliança seja mantida e consideram irresponsável
um rompimento.
Os ministros do
PMDB se reunirão um dia depois da votação do Diretório Nacional para fechar uma
posição em relação a possibilidade do partido decidir deixar a base aliada.
DIRETÓRIOS REGIONAIS. Para aprovar a
continuidade ou o fim da aliança com o governo petista, é necessário maioria
simples dos 125 membros do PMDB que têm direito a voto. O diretório regional do
Rio de Janeiro, que reúne nomes como o líder do partido na Câmara, Leonardo
Picciani – aliado do Planalto –, representa a maior bancada, com direito a 12
votos. Na última quinta-feira (24), os fluminenses sinalizaram que vão votar
pelo desembarque do governo.
O primeiro
diretório peemedebista a anunciar o apoio ao rompimento com o governo foi o de
Santa Catarina, segundo o deputado federal Mauro Mariani (SC), que ocupa uma
das cadeiras da comissão especial que analisa o impeachment da presidenta
Dilma.
Além dos
diretórios do Rio e de Santa Catarina, peemedebistas do Rio Grande do Sul,
Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Piauí, Distrito Federal, Acre, Pernambuco,
Tocantins, Maranhão, Bahia e Mato Grosso do Sul defendem a ruptura com o
Planalto. Outros estados ainda não se manifestaram. Fonte: Diário de Pernambuco.