Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters)
- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou ocupar um ministério no
governo da presidente Dilma Rousseff e irá substituir Ricardo Berzoini na
Secretaria de Governo, mas com mais poderes, informou à Reuters nesta
terça-feira uma fonte do Palácio do Planalto.
O ex-presidente reúne-se, em
Brasília, com Dilma para ter uma última conversa com a presidente sobre o cargo
e acertar o formato do trabalho que fará no governo.
Havia dúvidas sobre qual pasta
o ex-presidente aceitaria, Casa Civil ou Secretaria de Governo, já que a Casa
Civil teria, em tese, mais poder. Contudo, a Casa Civil inclui também uma
grande parte administrativa que Lula não gostaria de ter que lidar para poder
se concentrar no rearranjo político do governo.
A chegada de Lula ao
ministério foi cercada de críticas e especulações, uma vez que o ex-presidente
tornou-se alvo da operação Lava Jato no começo deste mês. Além disso, o
ex-presidente tem pendente um pedido de prisão preventiva contra ele feito pelo
Ministério Público de São Paulo, mas será analisado pelo juiz federal Sérgio
Moro.
Na condição de ministro, Lula passa a ter foro
privilegiado e as ações contra ele são julgadas pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
EMERGÊNCIA. No final desta manhã, com a homologação e divulgação da
delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS), a presidente convocou seus
ministros mais próximos – entre eles José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral
da União, Jaques Wagner, da Casa Civil, Ricardo Berzoini, da Secretaria de
Governo, e o chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo – para uma reunião
de emergência, tentando avaliar o impacto das novas denúncias.
De acordo com duas fontes
palacianas, a presidente ficou assustada com o espectro da delação de Delcídio
e sem condições de avaliar o impacto que as novas denúncias terão em seu
governo.
Dilma convocou o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, para dar explicações sobre as acusações de que
teria oferecido dinheiro e ajuda a Delcídio, ex-líder do governo no Senado,
para que ele não fizesse a delação.
Em entrevista coletiva,
Mercadante negou que tenha tentado impedir a delação ou feito qualquer oferta
de ajuda financeira a Delcídio. Fonte: Brasil 247.