O governo do presidente da República de facto,
Michel Temer, pretende extinguir 4 mil cargos comissionados até o fim do ano,
mil a mais do que o corte anunciado pela presidenta afastada Dilma Rousseff em
outubro do ano passado.
Serão revistos também todos os 51 diferentes métodos
de contratação previstos hoje no arcabouço legal do governo, entre cargos
comissionados e funções gratificadas, com o objeto de reduzir e simplificar as
regras.
– Isso não resolve a questão do gasto público e
da meta de déficit fiscal, mas é um posicionamento que o governo deve tomar
como exemplo para a sociedade – disse o ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá, na primeira entrevista coletiva de
ministros do governo Temer.
Para facilitar os cortes, o presidente interino
Michel Temer solicitou aos ministros recém-empossados que preencham apenas 75%
dos postos de livre provimento a que têm direito em seus ministérios.
O governo interino não deu uma estimativa de
quanto será economizado com o corte de cargos, que, segundo Jucá, abrangerá
também as empresas públicas, entre elas os bancos estatais.
De acordo com Jucá, o montante que se pretende
economizar “será anunciado no momento certo”. “Existem cargos diferentes, com
valores diferentes, situações diferentes. E, se nós pudermos passar dos 4 mil
cargos, nós passaremos dos 4 mil cargos”, acrescentou o ministro.
REAJUSTES SALARIAIS. O ministro afirmou que o governo
interino honrará os projetos de reajuste salarial de servidores que foram
enviados ao Congresso pelo governo afastado, respeitando os acordos alcançados
em negociações.
Jucá acrescentou, no entanto, que sete projetos
enviados na quinta-feira ao Congresso, pouco antes de Dilma Rousseff ser
notificada de seu afastamento, serão revisados antes de ter prosseguimento.
– Uma posição sobre esses novos projetos será dada
posteriormente, levando em conta a realidade das carreiras, o que foi negociado
– afirmou. Fonte: Correio do Brasil.