segunda-feira, 23 de maio de 2016

JUCÁ DEVE SER A PRIMEIRA BAIXA DO GOVERNO TEMER




           247 – A primeira crise do governo interino de Michel Temer tem nome e sobrenome: Romero Jucá. Senador por Roraima e agora ministro do Planejamento, Jucá deve ser demitido nas próximas horas.
          Isso porque, em gravações divulgadas nesta segunda-feira, ele indica que o impeachment foi uma espécie de pacto da elite política para tentar conter a Lava Jato. "Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse ele, num diálogo com Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro.
          Como Temer já manifestou publicamente seu apoio à Lava Jato, ele não tem saída, a não ser demitir Jucá. Até porque a gravação não é o único motivo. O ministro é também investigado na operação e já teve a quebra de seus sigilos bancário e fiscal autorizados pelo Supremo Tribunal Federal.
          Segundo o jornalista Josias de Souza, Jucá virou demissão esperando para a acontecer.  "Michel Temer não se deu conta. Mas, ao acomodar Romero Jucá na Esplanada, nomeou um ministro com prazo de validade vencido. Trazida à luz pelo repórter Rubens Valente, a gravação que reproduz os diálogos vadios de Jucá com o correligionário Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, faz do ministro do Planejamento uma demissão incontornável, esperando para acontecer", disse ele.
           "A percepção de que o roubo de verbas públicas passou a dar cadeia no Brasil apavora a clientela da Lava Jato. A ideia de que um acordão pode sufocar a força-tarefa que esfrega a lei na cara da oligarquia parece inviável. Michel Temer tem duas alternativas: ou se livra de Jucá ou reforçará a tese segundo a qual em política nada se perde, nada se transforma, tudo se corrompe", afirma ainda o colunista. Fonte: Brasil 247.