247 – Os mercados financeiros e
os empresários tendem a se frustrar com o governo Michel Temer. Ao menos,
enquanto ele for interino.
No fim de semana, empresários pediam na Folha que
Temer seguisse a lógica de Maquiavel: fizesse o mal de uma vez e o bem aos
poucos.
Isso significaria aprovar, já na largada, temas
como a CPMF e a reforma da Previdência.
Ocorre que, sem a legitimidade do voto e sem
aprovação popular, Temer tem outra prioridade: manter-se no poder, a qualquer
custo.
Por isso mesmo, medidas impopulares foram
rapidamente abortadas. O ministro Geddel Vieira Lima se posicionou contra a
CPMF e o deputado Leonardo Quintão (PMDB-RJ) foi mais explícito – só depois de
180 dias, ou seja, após o julgamento definitivo da presidente Dilma Rousseff no
Senado.
A reforma da Previdência também caiu num buraco
negro: será discutida por um grupo de trabalho com centrais sindicais, do qual,
a maior delas, a Central Única dos Trabalhadores, não faz parte.
Sem reformas e sem ajuste fiscal à vista, Temer
tende a frustrar rapidamente os mercados, que nele apostaram todas as suas
fichas. Fonte: Brasil 247.