Felipe Pontes - Repórter
da Agência Brasil
O senador Vicentinho Alves
(PMDB-TO) notificou, às 11h27 de hoje (12), o vice-presidente Michel Temer
sobre o afastamento da presidenta Dilma Rousseff do cargo por até 180 dias.
De acordo com deliberação da
Mesa Diretora do Senado, Temer recebe agora o título de presidente interino.
Ele passa a possuir plenos poderes de nomear a equipe de governo e gerenciar o
Orçamento da União.
"A missão está cumprida
tanto perante a presidente Dilma como também junto aqui ao vice-presidente
Michel Temer", declarou Alves, que, ao entrar no Palácio do Jaburu, negou
ter se sentido constrangido com o papel histórico que lhe coube desempenhar.
Momentos antes, Alves havia
notificado Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Segundo Alves, o vice
demonstrou "entusiasmo" e se mostrou "esperançoso".
Estavam ao lado Temer os
futuros ministros da Fazenda, Henrique Meireles, da Justiça, Alexandre de
Moraes, da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ex-ministro Moreira Franco, entre
outros.
De vice a presidente, Temer assume por
até 180 dias.
Heloísa Cristaldo - Trinta e
cinco anos após se filiar ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), Michel Temer chega hoje (12) ao maior posto da República brasileira.
Provisoriamente, por até 180 dias, Temer responderá pelo cargo de presidente do
Brasil, após a abertura do processo de afastamento de Dilma Rousseff ter sido
aprovado no Senado. Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP) no dia
23 de setembro de 1940 e é o caçula de oito irmãos.
Vice-presidente de Dilma desde
o primeiro mandato, Temer foi responsável pela articulação política do governo,
com a saída de Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, no início
de abril de 2015. Apesar de fazer parte do governo, nos últimos meses, viveu
uma relação conturbada com Dilma. Em agosto, anunciou a saída da coordenação
política.
Em dezembro, Temer escreveu
uma carta em que se dizia "vice decorativo" e que não era ouvido pela
então presidenta. À época, Dilma disse não ver motivos para desconfiar "um
milímetro" de Michel Temer. Ela destacou ainda que não só confia como
sempre confiou nele e que o vice-presidente sempre teve um comportamento
"bastante correto".
Em março deste ano, o PMDB
decidiu deixar a base do governo para apoiar o processo de impeachment que
tramitava na Câmara dos Deputados.
Já em abril, na mesma semana
da votação no plenário da Câmara da admissibilidade do processo de impeachment
de Dilma, Temer enviou uma mensagem de voz a parlamentares do PMDB em que
falava como se estivesse prestes a assumir o governo após o afastamento de
Dilma. O áudio, de cerca de 14 minutos, dá a impressão de ser um comunicado
dele ao "povo brasileiro" sobre como pretende conduzir o país, de
forma transitória ou não. Depois das primeiras repercussões da mensagem nas
redes sociais, a assessoria de Temer informou que o áudio foi enviado por engano
a um grupo de deputados do partido.
No dia seguinte, Dilma disse
que havia um golpe em curso contra o seu governo e, sem citar nomes, fala em
"chefe e vice-chefe do golpe", referindo-se a Michel Temer e Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), até então presidente da Câmara dos Deputados. Fonte: Brasil
247. Fonte:
Brasil 247.