Realmente vivemos
novos tempos políticos. Entretanto, os acordos celebrados, cumpridos ou não –
talvez apenas aperfeiçoados para adequação à atualidade – são resultantes de antiquíssimas
práticas políticas, sempre homologadas nas caladas noturnas por tubarões do
poder, à revelia do conhecimento e da aprovação popular, a quem coube e caberá
sempre dar a um grupo que se tornará de semideuses, carta de representação.
Longe do povão, porém, a ideia de que o poder fosse, ou seja, exercido em favor
de uns e em detrimento de milhões.
Nos dias atuais o modernismo
político está inserido e com tal significação que figuras políticas que tinham
posições claras e definidas, por exemplo, até 1985 quando se deu o término –
bendito seja Deus – da malfadada ditadura militar, agora se unem e de tal forma
que não se sabe quem era de direita, de centro e muito menos de esquerda. Hoje
falam uma só língua. Estão todos reunidos em prol de uma só causa (deles). Por
que será?
Votamos até hoje em
homens e mulheres que pudessem nos representar com seriedade, e no congresso
nacional e câmaras de vereadores viessem a elaborar projetos e leis em nosso
favor, enquanto fiscalizassem energicamente a aplicação do nosso dinheiro que
através dos impostos – como são pesados e ninguém diz nada – enchem os cofres
públicos e tão generosamente que até se presta a ser levado por mãos criminosas
de tantos políticos inescrupulosos. Todos cegam.
No País entraram ditadores
(1964) e quando terminaram seu período, viu-se foi um enorme rastro de sangue
por conta dos torturados e mortos, enquanto ecoa ainda agora o som do pranto de
tantas mulheres e homens que nunca mais puderam ver seus entes mais queridos
cujos nomes constam apenas e tão somente de enorme lista de desaparecidos. Entraram
a partir de 1985, término do período ditatorial no Brasil, presidentes eleitos e
substitutos como José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Cardoso,
Luiz Inácio, Dilma Rousseff e agora o interino Michel Temer. Cada um que fez lá
os seus acordos e não respeitou por um instante sequer a opinião do povo que os
levou ao poder, ainda que na qualidade de substitutos.
Ao povo resta apenas
esperar, esperar, esperar... e enxergar melhor. Até quando se tolerará
semideuses políticos brasileiros que ostentam poder e opulência?