247 - Os
principais líderes do PSDB permanecem calados sobre a decisão unânime do
Supremo Tribunal Federal que afastou Eduardo Cunha (PMDB) da Presidência da
Câmara e do exercício do mandato.
Nem o presidente da sigla,
Aécio Neves, que costuma ser bastante veloz em divulgar posicionamentos sobre
as questões políticas do país, sobretudo quando diz respeito ao governo da
presidente Dilma Rousseff, nem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou o
senador José Serra, o governador Geraldo Alckmin ou o líder do PSDB na Câmara,
Antonio Imbassahy se pronunciaram sobre o caso.
Ao longo do dia, antes mesmo
da decisão final do plenário do Supremo, os tucanos permaneceram em silêncio.
Apenas o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima, tratou do assunto. Segundo
ele, o afastamento de Cunha foi uma "medida correta". "Não há
mais risco de Cunha assumir a presidência da Câmara", disse.
O secretário-geral do PSDB,
Silvio Torres, também fez uma declaração sobre o tema. "Agora a fila está
andando. Aprovamos o afastamento da presidente Dilma aqui na Câmara e agora o
Supremo afasta Eduardo Cunha, mostrando que as instituições estão funcionando.
Demos mais um passo no sentido de devolver aos brasileiros a confiança nas
instituições e nos políticos", afirmou.
Uma nota conjunta de PSDB,
DEM, PPS e PSB considerou "coerente com a ordem jurídica a decisão final
do pleno do Supremo Tribunal Federal sobre o afastamento do presidente da
Câmara".
"Vale lembrar que
representação solicitando o referido afastamento foi assinada pela oposição e
protocolada junto à Procuradoria-Geral da República, em 25 de novembro do ano
passado. Antes disso, em outubro, foi emitida nota defendendo o seu
afastamento. Salientam ainda que vêm defendendo a renúncia de Cunha à
Presidência da Câmara desde que se tornaram públicas as denúncias e documentos
sobre a existência de contas em nome dele no exterior, investigadas no âmbito
da Operação Lava Jato. Os partidos entendem também que o afastamento de
Eduardo Cunha da Presidência da Câmara e a admissibilidade do impeachment da
presidente Dilma Rousseff aprovada pela Casa estão de acordo com o que
determina a Constituição brasileira e com o rito estabelecido pela Suprema
Corte, indicando o pleno funcionamento das instituições e sinalizando que o
país caminha para o reencontro com princípios e valores como a transparência, a
Justiça e o combate à impunidade, tão desejados pela sociedade
brasileira. Por fim, tendo em vista que a decisão do STF pelo afastamento
não fixou prazo para retorno e tampouco para a conclusão da ação penal, os partidos
de oposição consideram vago o cargo de presidente da Câmara e exigem a imediata
realização de novas eleições, para que se restabeleça a normalidade e seja
retomada a atividade parlamentar na Casa", conclui a nota. Fonte:
Brasil 247.