sexta-feira, 6 de maio de 2016

SILÊNCIO DO PSDB SOBRE CUNHA É ENSURDECEDOR




247 - Os principais líderes do PSDB permanecem calados sobre a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal que afastou Eduardo Cunha (PMDB) da Presidência da Câmara e do exercício do mandato.
Nem o presidente da sigla, Aécio Neves, que costuma ser bastante veloz em divulgar posicionamentos sobre as questões políticas do país, sobretudo quando diz respeito ao governo da presidente Dilma Rousseff, nem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou o senador José Serra, o governador Geraldo Alckmin ou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy se pronunciaram sobre o caso.
Ao longo do dia, antes mesmo da decisão final do plenário do Supremo, os tucanos permaneceram em silêncio. Apenas o líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima, tratou do assunto. Segundo ele, o afastamento de Cunha foi uma "medida correta". "Não há mais risco de Cunha assumir a presidência da Câmara", disse.
O secretário-geral do PSDB, Silvio Torres, também fez uma declaração sobre o tema. "Agora a fila está andando. Aprovamos o afastamento da presidente Dilma aqui na Câmara e agora o Supremo afasta Eduardo Cunha, mostrando que as instituições estão funcionando. Demos mais um passo no sentido de devolver aos brasileiros a confiança nas instituições e nos políticos", afirmou.
Uma nota conjunta de PSDB, DEM, PPS e PSB considerou "coerente com a ordem jurídica a decisão final do pleno do Supremo Tribunal Federal sobre o afastamento do presidente da Câmara".
"Vale lembrar que representação solicitando o referido afastamento foi assinada pela oposição e protocolada junto à Procuradoria-Geral da República, em 25 de novembro do ano passado. Antes disso, em outubro, foi emitida nota defendendo o seu afastamento. Salientam ainda que vêm defendendo a renúncia de Cunha à Presidência da Câmara desde que se tornaram públicas as denúncias e documentos sobre a existência de contas em nome dele no exterior, investigadas no âmbito da Operação Lava Jato. Os partidos entendem também que o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara e a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovada pela Casa estão de acordo com o que determina a Constituição brasileira e com o rito estabelecido pela Suprema Corte, indicando o pleno funcionamento das instituições e sinalizando que o país caminha para o reencontro com princípios e valores como a transparência, a Justiça e o combate à impunidade, tão desejados pela sociedade brasileira. Por fim, tendo em vista que a decisão do STF pelo afastamento não fixou prazo para retorno e tampouco para a conclusão da ação penal, os partidos de oposição consideram vago o cargo de presidente da Câmara e exigem a imediata realização de novas eleições, para que se restabeleça a normalidade e seja retomada a atividade parlamentar na Casa", conclui a nota. Fonte: Brasil 247.