247 - Em sua
primeira fala como presidente interino, Michel Temer (PMDB), que deu posse no
início da noite nesta quinta-feira a 23 ministros, repetiu a mesma tecla que
vem usando ultimamente, além de mencionar "um governo de salvação
nacional". "Reitero que é urgente pacificar a nação e unificar o
Brasil", afirmou, após uma cerimônia com parlamentares, governadores e
novos ministros entusiasmados.
Ele próprio comentou o
entusiasmo. "Eu pretendia que essa cerimônia fosse extremamente sóbria e
discreta, como convém para o momento. Entretanto, eu vejo entusiasmo dos
colegas parlamentares, dos senhores governadores e tenho absoluta convicção que
esse entusiasmo deriva da longa convivência que tivemos ao longo do tempo",
disse.
Temer prometeu manter os
programas sociais dos governos do PT. "O Bolsa Família, o Pronatec, o
Fies, o ProUni... são programas que deram certo e precisam ser
aprimorados", disse. E destacou que a Operação Lava Jato
"tornou-se referência e como tal deve ter prosseguimento". Temer foi
acusado por apoiadores do governo da presidente afastada Dilma Rousseff de
querer barrar as investigações quando assumisse. Alguns de seus ministros são
alvos da investigação e passam agora a ter foro privilegiado - só podem ser
investigados pelo STF.
O peemedebista também falou
em "estancar o processo de queda livre na atividade econômica" e
no "equilíbrio das contas públicas". "A primeira medida já está
aqui representada, já eliminando vários ministérios da máquina pública",
exemplificou. Destacou também que "o diálogo é o primeiro passo para
enfrentarmos os desafios para avançar e garantir a retomada do
crescimento".
Temer definiu o momento atual
como "ingrato". "Não é momento para celebrações, mas para
reflexões", analisou. Agradeceu à presidente Dilma Rousseff, mas
alfinetou a fala da presidente em dois pontos: ressaltou o respeito às
instituições do País - em contraponto à afirmação de Dilma de que o processo de
impeachment é um golpe - e defendeu que as palavras não sejam
"propagadoras do mal entre os brasileiros".
Leia a lista de ministros
empossados na reportagem da Agência Brasil:
TEMER DÁ POSSE A NOVOS MINISTROS; NÚMERO
DE PASTAS CAI DE 32 PARA 23
Sabrina Craide e Paulo Victor Chagas - O presidente interino Michel
Temer deu posse aos novos ministros de seu governo, no Palácio do Planalto.
Como medida de economia, Temer reduziu o número de ministérios de 32 para 23.
Sete ministros são do PMDB. O
ministério de Temer também contempla nomes do PP, do PSDB, do PSD, do DEM, do
PRB, do PTB, do PSB e do PR.
Entre as mudanças estão a
fusão das pastas de Comunicações com a de Ciência e Tecnologia, e a
incorporação da Secretaria de Aviação Civil e da Secretaria de Portos, que
tinham status de ministério, ao Ministério dos Transportes.
O Ministério de Direitos
Humanos, Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial foi incorporado ao
Ministério da Justiça, que passou a se chamar Ministério da Justiça e
Cidadania.
Os ministérios do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Desenvolvimento Agrário viraram o
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Os ministérios da Educação e da
Cultura também foram unidos em uma única pasta. A Controladoria-Geral da União
passa a se chamar Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle.
A Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República, a Chefia de Gabinete, a Advocacia-Geral da
União e o Banco Central perderam status de ministério. O Gabinete de Segurança
Institucional passou a ser considerado um ministério do governo Temer. O
advogado-geral da União será Fábio Osório Medina.
Veja a lista dos atuais ministros do governo Temer:- Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
- Raul Jungmann, ministro da Defesa
- Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
- Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo
- Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
- Bruno Araújo, ministro das Cidades
- Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
- Henrique Meirelles, ministro da Fazenda
- Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura
- Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil
- Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário
- Leonardo Picciani, ministro do Esporte
- Ricardo Barros, ministro da Saúde
- José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente
- Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo
- José Serra, ministro das Relações Exteriores
- Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho
- Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania
- Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil
- Marcos Pereira, Ministério da Indústria e Comércio e Serviços
- Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e Controle (ex-CGU)
– Fernando Bezerra Filho - Ministro de Minas e Energia
- Helder Barbalho - Ministro da Integração Nacional
Fonte: Brasil 247.