O ministro do Tribunal de Contas da União
(TCU) Vital do Rêgo Filho lamentou, através de nota oficial, a citação de seu nome
na delação de um executivo da empresa Andrade Gutierrez, na 28ª fase da
Operação Lava Jato. O executivo afirmou que o paraibano e outro senador,
que integravam a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
da Petrobras teriam negociado para que poupassem empreiteiras suspeitas no
petrolão.
LEIA NOTA NA ÍNTEGRA:
Recebi
com indignação e espanto a notícia de que fragmentos de documentos sigilosos
estão sendo pinçados de uma delação premiada, de forma criminosa, e divulgados
à imprensa com a deliberada intenção de atingir minha reputação e minha honra.
Quem
conhece minha trajetória de vida sabe que sempre pautei as atividades públicas
com estrita e rigorosa observância dos preceitos legais.
Não por acaso, durante o período em que exerci a política
partidária, meu mandato sempre foi veículo de pleitos do Ministério Público, da
Polícia Federal e do Poder Judiciário, cujas vozes sempre reverberei nos
plenários do Congresso Nacional.
Apenas para citar um de inúmeros exemplos, combati ao lado dos
valorosos membros do Ministério Público a famigerada PEC-37, que cerceava
poderes de investigação indispensáveis ao trabalho desembaraçado do Parquet.
Jamais pratiquei qualquer ato que, de longe, pudesse se
ultrapassar as fronteiras da ética, muito menos posso admitir qualquer ilação,
por genérica ou remota que seja, de que possa ter praticado alguma ilicitude.
Não tive acesso à íntegra da delação premiada do Sr. Otávio
Azevedo, contudo os fragmentos levianamente divulgados à imprensa, longe de
indicarem qualquer conduta ilícita de minha parte, revelam uma clara distorção
do que supostamente foi declarado pelo delator, a fim de atingir o bom nome que
construí ao longo dos mais de 30 anos de uma vida pública irrepreensível e de
incansável defesa do interesse público.
Sempre dirigi os trabalhos da Comissão buscando fazer valer a
vontade da maioria de seus membros, inclusive abrindo mão da prerrogativa que
me cabia, como Presidente, para convocação dos depoentes, a qual foi
democratizada com o Colégio de Líderes dos partidos políticos.
Uma simples leitura das atas de reuniões da CPMI comprova a
veracidade destas informações, demonstrando que as convocações eram previamente
definidas pelo Colégio de Líderes, e só então submetidas pela presidência à
deliberação do plenário; fato que por si só repele qualquer possibilidade de
manipulação da agenda da Comissão.
Dessa forma, atribuem-se ilações caluniosas ao meu nome, baseadas
em supostos poderes que eu sequer detinha.
Afirmo também que, como Senador e por dever de ofício, sempre
mantive contatos com as mais diversas partes, sem jamais mencionar quaisquer
tipos de vantagens pessoais. Em relação ao encontro referido, o próprio delator
confirma minha assertiva.
Por fim, declaro que não recebi recursos da referida empresa na
campanha eleitoral no ano de 2014, assim como meu irmão, Deputado Veneziano
Vital do Rêgo, conforme prestações de contas devidamente aprovadas pelo
Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
Ministro
Vital do Rêgo
Fonte: Portal Paraíba Já.