247 – Em despacho ao Supremo Tribunal
Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o ministro
do Turismo, Henrique Eduardo Alves, atuou para obter recursos desviados da
Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS no Congresso.
Parte
do dinheiro do esquema da Lava Jato teria abastecido a campanha de Alves ao
governo do Rio Grande do Norte em 2014, quando ele acabou derrotado, segundo reportagem
de Aguirre Talento.
No
documento, Janot aponta que a negociação envolvia o deputado afastado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
"Houve,
inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa
destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que ditos
políticos realizavam em benefício da OAS", escreveu Janot.
"Tais
montantes (ou, ao menos, parte deles), por outro lado, adviriam do esquema
criminoso montado na Petrobras e que é objeto do caso Lava Jato",
completou.
Documento praticamente
sacramenta sua queda do governo interino já que o ministro da Casa Civil,
Eliseu Padilha, afirmou que a posição de Michel Temer ‘é que a pessoa envolvida
na Lava Jato deixe a equipe’.
O
pedido de inquérito também cita outros nomes fortes do governo Temer, como o
próprio presidente interino, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira
Lima, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimento,
Moreira Franco.
Janot
faz referências a doação de R$ 5 milhões que Pinheiro teria feito a Temer e
afirma que o pagamento tem ligação com a obtenção da concessão do aeroporto de
Guarulhos, atualmente com a OAS.
"Léo
Pinheiro afirmou que explicaria, pessoalmente, para Eduardo Cunha [sobre a
doação], mas que o pagamento dos R$ 5 milhões para Michel Temer estava ligado a
Guarulhos", escreveu Janot. Fonte: Brasil 247.
OPINIÃO
DO BLOG: A cada pronunciamento de ministro que
apura irregularidades de autoridades políticas deste País, dá-se um verdadeiro
tremor de terra, porque fica muito patente a fragilidade moral de muitos que representam
a sociedade no parlamento, sem mencionar nomes outros de governadores e até
ex-presidente.
A
que ponto chegou considerável percentual da classe política brasileira. É o
caso de se dizer que a gente era feliz e não sabia, quando conviveu por tantos
e tantos anos com políticos sérios que fizeram da vida pública um verdadeiro
sacerdócio, no século passado.
Em
nome de doações espontâneas de grandes empresas, para manutenção de suas
campanhas eleitorais, monstros sagrados da política brasileira neste momento
vão se desmoralizando cada vez mais, pois as delações premiadas não livram a
fisionomia de ninguém e mostram que lançaram mão realmente do dinheiro público,
sem dó nem piedade. E a ação de juízes e ministros do STF, não há muito que
desacreditar não, pois as sentenças estão saindo e sem muita demora, mesmo.
Que
os brasileiros saibam votar a partir de agora, escolhendo nomes decentes e que
queiram eticamente exercer mandatos em favor da sua gente e do seu País. Votar
bem é o mínimo que se espera deste eleitorado, depois de tantos escândalos e
furtos.
O
que muito surpreende neste momento àqueles de bom senso, são as nomeações
feitas pelo presidente interino Michel Temer, há tão pouco tempo no comando do
governo brasileiro, pois só tem acertado em nomes de pessoas altamente suspeitas
de envolvimento em escândalos da Lava Jato ou de outras siglas que possam
surgir mais cedo ou mais tarde.
Mas
nas nomeações ela não erra um só desses nomes, figurões da política e da
desmoralização pública.