O
empresário Laodse de Abreu renunciou ao cargo de diretor da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira (20).
Embora tenha deixado o cargo da
organização responsável pela campanha “Não vou pagar o pato”, utilizada
principalmente em manifestações “contra a corrupção” e pelo impeachment da
presidente Dilma Rousseff, o empresário não se retratou publicamente e nem
sinalizou se vai pagar a dívida de R$ 6,9 bilhões que o transforma em “o maior caloteiro
do Brasil”.
O valor é maior que a dívida dos
governos da Bahia, Pernambuco e outros 16 estados. Laodse, inclusive, responde
a um processo por crime contra a ordem tributária.
Ele adquiriu essa dívida devido à má gestão
de um grupo empresarial familiar que administrava ao lado de dois irmãos, Luce
Leo e Luiz Lian. Na nota, a Fiesp diz que ele está “contestando os débitos na
Justiça”.
Embora o assunto tenha sido
repercutido nos principais veículos da imprensa brasileira, a Fiesp disse que
não “faz pré-julgamentos sobre casos que estão na esfera judicial”.
O curioso é que a mesma instituição
encabeçou o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff mesmo
sem apontar quais crimes que ela supostamente tenha cometido. Em uma entrevista
de março deste ano, o presidente da Fiesp Paulo Skaf disse que Dilma deveria
ser destituída do cargo pelo “conjunto dos fatos”.
“Eu não vou entrar em detalhes porque nós não
estamos em um julgamento. Mas pelo conjunto dos fatos, se você somar as
circunstâncias que nós estamos, e o conjunto dos fatos ocorridos, e tudo isso
que nós assistimos, certamente, por muito menos, por 1% disso, muitos
governantes do mundo ou renunciam ou, alguns, até chegam a se suicidar”, disse,
na ocasião. Fonte: Pragmatismo Político.