Paraná
247 - O juiz
Sérgio Moro afirmou em despacho que os grampos que pegaram o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em março deste ano, na Operação Aletheia. Em resposta aos
argumentos da defesa de Lula, de que Moro é parcial para julgar o
ex-presidente, o magistrado disse que o conteúdo dos grampos poderiam justificar
a prisão temporária de Lula, mas que na ocasião, acabou-se optando por ‘medida
menos gravosa’, no caso, a condução coercitiva do petista.
“Não
há nenhum fato objetivo que justifique a presente exceção, tratando-se apenas
de veículo impróprio para a irresignação da defesa do excipiente (Lula) contra
as decisões do presente julgador e, em alguns tópicos, é até mesmo bem menos do
que isso. Rigorosamente, apesar do direito à ampla defesa, não se justifica o
emprego da exceção de suspeição sem que haja mínimos fatos objetivos que a
justifiquem.”
Moro
citou as interceptações contra o ex-presidente Lula. "Alguns diálogos
sugeriam que o ex-presidente e associados tomariam providência para turbar a
diligência, o que poderia colocar em risco os agentes policiais e mesmo
terceiros."
O
juiz citou como exemplo diálogo interceptado em 27 de fevereiro, entre Lula e o
presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, "'no qual o primeiro
afirma ter ciência prévia de que a busca e apreensão seria realizada e revela
cogitar 'convocar alguns deputados para surpreendê-los', medida que, ao final,
não ultimou-se, mas que poderia colocar em risco a diligência'".
Lula
é alvo da Operação Lava Jato. Os investigadores atribuem a ele a propriedade do
sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e do tríplex 164/A do Condomínio Solaris, no
Guarujá – o petista nega ser dono dos imóveis. Por decisão do ministro Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a investigação sobre Lula voltou para as
mãos de Moro, titular da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, base da Lava
Jato. Fonte: Brasil 247.