No dia 2 de outubro, o estado de
São Paulo terá um plebiscito extra-oficial para que os paulistas opinem sobre o
estado se tornar independente do Brasil. No mesmo dia, a região Sul organiza
consulta similar. As consultas não têm efeito legal.
Em 6 de março de 2017, será a vez
de Pernambuco fazer uma marcha separatista. A data foi escolhida devido aos 200
anos da Revolução Pernambucana, de 1817.
Em comum, os três movimentos
separatistas – em meio a outras dezenas no Brasil – rejeitam os rótulos de
esquerda ou direita, se dizem independentes de partidos políticos e, de modo
geral, defendem uma sociedade em que a atuação do Estado seja reduzida. As
entidades também pregam o pacifismo e negam viés discriminatório.
PE – Apesar de existirem há séculos,
as correntes emancipatórias se animaram desde 24 de junho, com o Brexit, a
saída do Reino Unido da União Europeia (UE) após consulta popular.
“Precisamos de um país pequeno e
com governantes próximos da gente”, defende Correia Filho, separatista
pernambucano que integra um grupo de quase 2 mil pessoas. Hoje Pernambuco tem
pouco mais de 9 milhões de habitantes.
PR, SC,
RS – “Somos
adeptos do Estado mínimo. Não do Estado que dá tudo para todo mundo e não se
preocupa com o que deve, que é gerar emprego para que as pessoas tenham
dinheiro”, afirma o jornalista Celso Deucher, 49 anos, representante do
movimento separatista na região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul).
Ele cita como motivos para a independência
críticas ao sistema proporcional de vagas no Congresso Nacional e a
distribuição de tributos no País. “O nosso esforço produtivo está sendo
minado”, afirma.
Na avaliação de Deucher, o
sistema tributário atual faz a riqueza do Sul ser redistribuída para outras
regiões, mas ficando concentrada nas mãos de quem já tem poder, em vez de
resultar em melhorias para a população. O movimento defende a criação de um
novo país unindo Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Estima-se que o plebiscito no Sul
custe em torno de R$ 150 mil.
SP – “Com um PIB e população maiores
que o da Argentina, e com um cenário cultural rico e diversificado, São Paulo
tem tudo para se tornar um país de primeiro mundo, mais moderno e justo para
todos que nele vivem”, diz o site do movimento separatista de São Paulo.
Assim como no Sul, o argumento da
insatisfação com a distribuição tributária também está presente. De acordo com
a entidade, se o montante arrecadado com impostos no estado não fosse
transferido para a União, “a verba para educação, saúde, segurança, moradia e
transporte público [no estado] praticamente triplicaria”.
“Na população de São Paulo a
gente até brinca que todo paulista sempre pensou como seria se São Paulo fosse
um país. Em um determinado momento chegamos à conclusão de que a situação
política no Brasil está tão pobre, a máquina está tão corroída, que não adianta
mais reformar isso ou aquilo. O ideal é começar do zero”, diz Flávio Rebello, separatista
de São Paulo.
O plebiscito em São Paulo deve
custar R$ 25 mil. Fonte: Pragmatismo Político.