Preso há um mês na Rússia, o pesquisador
Eduardo Chianca, 66 anos, ainda não tem previsão de voltar para casa. Agora, o
paraibano, que vive no Recife, tentará uma apelação no Tribunal Superior em
Moscou, em um novo julgamento marcado para os próximos 10 dias. A defesa
buscará um pedido de prisão domiciliar. Com trabalhos voltados a terapias
holísticas, ele está preso por tráfico de drogas, pois carregava
em sua bagagem quatro garrafas da ayahuasca, um chá utilizado em rituais.
Segundo sua companheira, Patrícia Alves, a princípio,
esse pedido é para que ele, pelo menos, seja acolhido no conforto de um lar até
que as investigações sejam concluídas. “Sinceramente, vou perguntar para o
advogado se ele não pode comprovar a inocência dele logo porque nós queremos é
soltar ele e não o deixar numa prisão domiciliar”, desabafa.
A proposta defendida pelo advogado de Chianca e
ratificada pela Embaixada do Brasil na Rússia
leva em consideração a idade avançada e o estado de saúde dele. Caso o pedido
seja acatado, o pesquisador deverá ficar na casa de uma amiga da família que
mora em Moscou.
“Ela foi aluna dele e hoje é uma das
poucas pessoas que tem alto grau de conhecimento da Frequência de Luz [técnica
desenvolvida por Chianca]. Quando se falou em prisão domiciliar, ela entrou
imediatamente com essa disponibilidade de recebê-lo. Além do conforto, a prisão
domiciliar não o deixará mais incomunicável”, espera Patrícia.
A detenção ocorreu por causa da presença de
dimetiltriptamina (DMT), uma substância encontrada na bebida e considerada
ilegal pelas leis da nação estrangeira, mas aprovada no Brasil pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele responde por tráfico de drogas.
O pesquisador partiu para a Europa a convite de
cientistas e estudiosos. Após passar pela Rússia, ele ainda faria palestras na Ucrânia,
Suíça, Holanda e Espanha,
de onde retornaria para o Brasil, no dia 17 de outubro. Engenheiro eletrônico,
Chianca abandonou uma carreira na área para se dedicar às terapias holísticas.
Em 2006, desenvolveu uma técnica que lhe rendeu
reconhecimento internacional. A Frequência de Luz, como foi batizada, trabalha
os diagnósticos a partir da leitura dos chacras e seu equilíbrio.
Sensibilizados com a situação de Chianca, índios da tribo tapuia fulni-ó de Águas Belas, no
Agreste pernambucano, se mobilizaram em prol da soltura dele. O
guerreiro da tribo, Thafkhêa Matos, chegou a se reunir com lideranças de todas
as subdivisões da tribo fulni-ó para falar em nome dos oito mil índios da
comunidade e enviar uma carta para as autoridades russas.
"O importante para nós é garantir a
soltura dele. Mas, estamos ainda engatinhando ao entrar dentro da Rússia.
Precisamos ser ouvidos por autoridades superiores que possam tomar conhecimento
de quem é Eduardo. Estamos com apoio maciço da Embaixada do Brasil e do
Ministério das Relações Exteriores, mas a gente ainda não conseguiu identificar
a porta de entrada para essa autoridade", lamenta Patrícia. O Itamaraty e
a Embaixada do Brasil em Moscou acompanham o caso desde a prisão no dia 31 de
agosto. Fonte: G1 Nordeste.
OPINIÃO
DO BLOG: O
Dr. Eduardo Chianca é nosso contemporâneo do Ginásio Estadual de Guarabira na
década de 1960, filho do saudoso Bertino Rocha que então residia no final da
rua São Manoel, estrada de acesso à cidade de Pilõezinhos, onde atualmente
funciona a Thalita sob os cuidados do Monsenhor Luiz Pescarmona.
Esse guarabirense sempre foi um jovem estudioso e venceu
na vida pelos seus méritos pessoais, saindo daqui para aprimorar seus
conhecimentos em países europeus há anos e futuramente o encontraremos já bem
sucedido e na qualidade de engenheiro eletrônico e pesquisador, residindo na
capital paraibana na praia do Bessa, onde tinha também um restaurante renomado.
É lamentável que um estudioso da estirpe de Eduardo
Chianca, guarabirense de fino trato e filho de conceituadíssima família, aos
quase 70 anos de idade passe por tal situação na Rússia, preso incomunicável
até o presente momento pelo fato de adotar o chá ayahuasca, nas terapias
holísticas às quais muito tem se dedicado nos últimos anos. Essa beberagem é
muito utilizada pelos indígenas tapuias fulni-ó e aqui no Brasil não é
considerada droga, ao contrário do pensamento das autoridades russas.
Torçamos todos para que Eduardo Chianca encontre nos
tribunais russos a possibilidade de retornar ao convívio dos que o amam e às
atividades que o encantam como pesquisador e eterno estudioso. Pensando bem, nos juntemos à sua companheira Patrícia Alves e digamos pura e simplesmente quando Chianca voltar esse pesadelo todo terá acabado para sempre, e Guarabira será feliz também.