O juiz
federal Sérgio Moro marcou para o dia 30 de novembro o depoimento do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como testemunha de defesa do
ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em ofício enviado nesta
terça-feira, 8, à Justiça Federal, em São Bernardo do Campo (SP), o magistrado
pediu que o petista seja intimado com urgência para ser ouvido por
videoconferência, às 17h30.
"Esclareço,
outrossim, que o presente pedido se deve à imperiosa necessidade de dar
celeridade a feito com réu preso (Eduardo Consentino da Cunha), bem como,
também, por racionalidade, uma vez que já há ato agendado com essa Subseção,
para a mesma data", informa Moro, no Ofício Nº 7000002658133.
O juiz
fez um aditamento a uma carta precatória já enviada anteriormente para a 3ª
Vara Federal, em São Bernardo, em que agendou para o dia 30 a audiência de
outra testemunha do processo.
Além de
Lula, o ex-deputado arrolou como testemunha de defesa o presidente da
República, Michel Temer (PMDB), que também recebeu ofício nesta terça-feira, 8,
em que foi comunicado. Temer tem que decidir se quer ser ouvido em audiência
por Moro ou se presta depoimento por escrito, respondendo a perguntas feitas
pelas partes.
Cunha é
acusado no processo da Lava Jato de ter solicitado e recebido, entre 2010 e
2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão dela, vantagem
indevida, relacionada à aquisição, pela Petrobras de um campo de petróleo em
Benin, na África.
O
ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão
fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam
recebido propina do esquema na Petrobras. São mais de R$ 5 milhões em propina.
A ação já
havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi
remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro
privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12
de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a
Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.
Cunha
também chamou como testemunhas o ex-diretor da área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró, os ex-ministros Henrique Alves (Turismo/Governo Michel Temer),
Mauro Lopes (Aviação Civil/Governo Dilma), o ex-deputado João Paulo Cunha (PT),
o pecuarista José Carlos Bumlai (amigo de Lula), o economista Felipe Diniz,
filho do ex-líder do PMDB na Câmara Fernando Diniz, morto em 2009, o
vice-governador de Minas Gerais Antônio Eustáquio Andrade Ferreira (PMDB), os
deputados Leonardo Quintão (PMDB-MG), Saraiva Felipe (PMDB-MG), o deputado
estadual João Magalhães (PMDB-MG), Nelson Tadeu Filipelli (PMDB-DF), o
ex-gerente da área Internacional Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, o
ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT), o professor de Direito José Tadeu de
Chiara, o lobista Hamylton Padilha, o ex-funcionário da Petrobras Sócrates José
Fernandes Marques da Silva e funcionários do Banco Merril Lynch. Com
informações do Estadão Conteúdo. Fonte: Notícias ao Minuto.