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Festival Flink Sampa, que celebra a literatura negra, termina hoje (19) na
capital paulista. Desde ontem (18), a mostra recebe convidados brasileiros e
estrangeiros em uma programação que inclui palestras, mesas de discussão,
lançamentos de livros e exibições de filmes. As atividades ocorrem no campus
da Universidade Zumbi dos Palmares (na zona norte), no Memorial da América
Latina (zona oeste) e nos campi da Uninove.
“A gente sempre ouvia falar que a Flip [Festa
de Literária Internacional de Paraty] nunca tem escritores negros. Este ano que
passou foi outra polêmica que não tinha escritores negros”, comenta a
pró-reitora da Faculdade Zumbi dos Palmares, Francisca Rodrigues, sobre a
origem do festival, que neste ano chega à quarta edição. “A gente resolveu
mostrar que temos escritores renomados e não renomados muito bons. Uma Flip só
de negros ou com temas negros”, acrescentou.
NOMES INTERNACIONAIS. Entre os autores estrangeiros
presentes ao evento está o escritor angolano Alberto de Oliveira Pinto,
participante de uma mesa sobre Agostinho Neto, um dos principais nomes da luta
pela independência de Angola. Além de ativista político nas décadas de 1960 e
1907, foi poeta e o primeiro presidente do país.
A
presença de importantes nomes de fora do país, mostra, na avaliação de
Francisca, a importância que o evento ganhou desde 2013, quando foi criado. “A
gente começou com autores nacionais e depois estamos com autores internacionais
renomados e importais da Academia Brasileira de Letras”, destacou.
O evento
homenageia o advogado, jornalista e escritor Luiz Gama, um importante
intelectual abolicionista, que passou parte da vida escravizado. “O advogado
dos oprimidos”, na definição apropriada por Francisca para justificar a escolha
do personagem a ser lembrado na festa, foi tema de pesquisa de alunos do Sesi e
da Fundação Bradesco. Os jovens foram convidados a fazer um vídeo de um minuto
relacionando justiça e liberdade à figura de Luiz Gama.
Entre as
produções audiovisuais exibidas na mostra, várias tratam de temas relacionadas
ao empoderamento feminino, também um dos eixos da programação. Na programação
também está a exibição da websérie documental Empoderadas e do
curta-metragem ficcional A Boneca e o Silêncio, dirigido por Carol
Rodrigues, que trata da temática do aborto.
A
programação completa está disponível na página do evento. Com informações da
Agência Brasil. Fonte: Notícias ao Minuto.