Há instantes na vida em
que o silencio fala mais alto do que qualquer expressão vocabular ou gestos e
acenos de carinho. Parece ai que não dizer nada é suavizar interiormente um
sentimento profundo de dor e tristeza, tão nobre naquele que gosta de outrem e prestes
a partir da convivência humana em busca de outras plagas geográficas ou porque
simplesmente se muda para residir com o Arquiteto do Universo.
Em outros momentos,
porém, o coração ordena de forma soberana a quem ama, ainda que o mundo atual ensine
sentimentos menos nobres e mais frágeis, a expressar tudo aquilo que lhe vai na
alma, sobretudo quando se está perdendo alguém. Parece que nesse gesto, o homem
também se encontra com o Criador que lhe ensinou o amor a ser praticado com
todos sem se olhar a quem.
Mas, falar de
personalidade como Pedro Alves, o imperador da radiofonia guarabirense, e que
nos deixou hoje pela manhã seguindo em direção ao Criador, não é nada fácil,
até porque ele próprio já dissera tudo de si mesmo enquanto vivia em sociedade
e levava dominicalmente pelas ondas do rádio, mensagens e emoções aos corações saudosistas
e repletos de paixão, por meio da musicalidade do Rei Roberto Carlos.
Depois de boa convivência
estudantil e social com o irmão Pedro Alves, meu coração me força a romper o
silencio para dizer-lhe do meu cantinho de aquietação, que a sua partida cobre
a todos de muita tristeza. E aos seus antigos ouvintes, certamente é que fará
muita falta, pois estiveram unidos por quase 30 anos falando de amor e
sentimentalismo todos os domingos.
No céu, transmitirá,
se lhe derem oportunidade, um novo programa onde a fé e o amor serão o tom
marcante.
Adeus Pedro Alves,
imperador da radiofonia guarabirense.