O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 2,
que não vê "nenhum cabimento" na possibilidade do presidente Michel
Temer deixar o governo, seja via impeachment ou por renúncia. "Não tem
nenhum fato que justifique isso", disse o governador paulista, durante
ação de combate ao mosquito Aedes aegypti, em escola estadual localizada na
zona oeste da capital paulista.
"O
impeachment tem previsão legal, mas para casos muito claros de crimes de
responsabilidade. O que estamos atravessando é um período de dificuldade
financeira, grave crise recessiva. Quanto mais rápido o governo agir, mais
depressa sairemos dessa crise, e eu defendo total apoio às medidas do governo
para recuperação do emprego e da renda", afirmou Alckmin, que é um dos
nomes cotados pelo PSDB para ser o candidato a presidente da República em 2018.
Se Temer
deixar o governo em 2017, o Congresso teria de convocar eleições indiretas para
a escolha de novo presidente, que concluiria o mandato até 2018. O nome do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, tem sido especulado para
assumir o governo caso este cenário se concretize. Alckmin, no entanto, diz que
esta possibilidade "não está em cogitação". "FHC é um estadista,
nem ele admite isso", afirmou.
Na noite
desta quinta-feira, dia 1º, em entrevista ao jornalista Mário Sergio Conti, no
canal GloboNews, o ex-presidente disse que se esforça para que Temer conclua o
mandato, mas comparou o governo do peemedebista a uma "pinguela"
(ponte frágil, improvisada).
"O
governo atual é uma pinguela, nesse caso você está considerando que a pinguela
caiu, mas eu prefiro acreditar que isso não vá acontecer. Faço todo esforço
para que não haja a queda do Temer", disse FHC em resposta a Conti. E
complementou: "Mas se a pinguela cair, o Congresso terá de convocar
eleições diretas. Porque é difícil governar nessa situação de escolha indireta
pelo Congresso, sem o respaldo popular", afirmou.
Durante a
ação de combate ao mosquito da dengue, Alckmin evitou falar sobre a
possibilidade de seu nome ser citado na delação que está sendo preparada por
Marcelo Odebrecht e outros executivos da empreiteira Odebrecht. "Olha, nós
defendemos toda a investigação, defendemos a Lava Jato", afirmou.
No
entanto, sobre o pacote anticorrupção aprovado na Câmara, com alterações que
podem enfraquecer as investigações da Lava Jato, Alckmin disse que é preciso
"destacar o aspecto positivo". "Muitas medidas foram tomadas no
sentido de ter mais transparência, punição, detalhar melhor a legislação.
Questões outras o Senado vai analisar", disse. Com informações do Estadão
Conteúdo. Fonte: Notícias ao Minuto.