Eita
que surpresa medonha o companheiro Orlando Carlos causa a esta gente,
principalmente aos contemporâneos seus de quando ainda residia na casa paterna de
seu Minervino da mercearia, lá na rua do Rio, hoje Floriano Peixoto. E para
piorar, a surpresa é de tristeza e saudade porque Orlando, o cantor seresteiro
da nossa juventude, foi embora sem se despedir de ninguém e não voltará jamais.
Foi intimado a habitar a casa celestial, a convite do Pai Eterno. Fazer o quê
se a Ele não se pode dizer um não ou pedir mais tempo pra se ficar por aqui com
a família?.
A
esta altura já deve Orlando Carlos estar numa roda de amigos lá em algum
cantinho do céu, admirando, senão participando também, as vozes de Bievenido
Granda, de Nelson Gonçalves, de Altemar Dutra, de Reginaldo Rossi e de Caubi Peixoto,
todos gente da boa música romântica da sua juventude.
Há
muito tempo os anjos celestiais não apenas tocam para contentamento dos amigos
nossos que já estão por lá, mas também devem escutar embevecidos vozes
românticas de quem tanto encantou multidões por aqui na terra, enquanto a vida
lhes sorria. O velho e amigo Orlando Carlos dará seu show, também.
Por
aqui Orlando deixou tudo pronto e bem arrumado, quando partiu: uma família
constituída de moças e rapazes de bem a quem deu tudo de si para vê-la apta a
conviver em sociedade; educada em bons colégios e em perfeita convivência religiosa,
sob as bênçãos de Deus e o amparo amoroso do Manto de Maria Santíssima, e um
nome honrado e decente, pelo que está sendo tão pranteado.
Deixa
uma responsabilidade muito grande à esposa amada Finha Pontes, na condução dos
filhos e netos, porém, a sua fibra e tenacidade são muito grandes para continuar
a caminhada sem você, meu amigo.
Deus
o abraça agora como bom esposo, bom pai, bom avô e excelente amigo, e a Finha
saberá confortar a alma para prosseguir a caminhada.
Ah,
amigo velho, cumpriu na terra o seu papel e lhe cabe agora o descanso na paz do
Senhor.
Saudades
eternas, Orlando Carlos!