segunda-feira, 27 de março de 2017

A IGREJA REZA POR MARCELO CARVALHEIRA




As sirenes abertas do carro dos bombeiros deu-nos a certeza de que retornava a Guarabira o corpo inerte do inesquecível Dom Marcelo Pinto Carvalheira, primeiro bispo da nossa Diocese (1981-1995), e na Catedral de Nossa Senhora da Luz, foi recebido pelos padres, religiosos e multidão de fieis, onde ficaria exposto até a manhã desta segunda-feira, dia 27.
Não lhe faltou o povo a quem ensinou durante tantos anos os caminhos que conduzem aos braços de Jesus, o Salvador. Diante do seu ataúde, a multidão desfilou silenciosa e estupefata pela perda irreparável. Preces e lágrimas aqui e acolá, eram os sinais do sofrimento da nossa gente.
A cidade e dezenas de municípios da região, durante toda a noite se fizeram presentes através de caravanas, visitando e se despedindo do corpo inerte de Marcelo Carvalheira, o grande pastor, que tantas vezes elevou a voz dos púlpitos da sagrada casa da Virgem da Luz, e de outras tantas igrejas na sua área de atuação diocesana, em defesa dos excluídos, e levantou denúncias importantes e destemidas contra os que fizeram do crime organizado uma forma de viver.
Não poderia ser omisso na denúncia de perseguições ao seu povo, aquele que os porões da ditadura brasileira não conseguiram calar, ainda que o tivessem feito prisioneiro.
Os humildes e os excluídos estão tristes, mas certamente esta Igreja não os abandonará à sua própria sorte, pois tem quem haja aprendido na cartilha da fraternidade cristã, trazida pelo coração de Marcelo Carvalheira quando aqui esteve como Bispo, amigo e irmão. 
Aos prantos, Guarabira se despediu do seu primeiro bispo, Marcelo Carvalheira, o Cidadão do Mundo. A nossa Igreja está sofrida, mas é muito grande e forte o suficiente para continuar a sua jornada. Outros sacerdotes da têmpera moral e religiosa de Marcelo Carvalheira, hão de surgir.
Dom Marcelo, Cidadão do Mundo, siga em paz ao encontro do Altíssimo, pois entendemos que lá é o seu legítimo lugar, e continue nos mostrando como amar ao próximo e como mitigar o sofrimento dos mais pobres e dos pequeninos.