Na última semana, o
coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal,
procurador Deltan Dallagnol, concedeu entrevista ao jornalista Ricardo Boechat,
da Band.
Ao ser questionado por
Boechat sobre as críticas que a operação sofre por proteger políticos do PSDB
nas investigações, Dallagnol tergiversou e disse que o número de políticos
processados do PP é maior do que os processos que envolvem filiados ao PT.
Boeachat insistiu e
questionou Dallagnol mais uma vez sobre quando o Ministério Público começará a
pedir punições contra políticos tucanos, como o senador José Serra, que é
acusado de receber R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça, ou o senador
Aécio Neves, presidente nacional do partido, acusado pela Odebrecht de receber
propina de R$ 50 milhões.
O procurador tentou
novamente se justificar: “O PSDB não fazia parte da base aliada do governo do
PT. Como o PSDB não fazia parte dessa base aliada, não foram indicadas pessoas
do PSDB [para cargos] por exemplo como diretores da Petrobras. Não tem como
achar na Petrobras corrupção de um diretor ou presidente até porque não existia
diretores do PSDB”.
A resposta titubeante de
Dallagnol pressupõe que a Petrobras foi criada pelo PT em 2003. Apenas para ficar
em um exemplo, Delcidio do Amaral já era homem forte na estatal brasileira na
época do governo FHC.
O ex-senador migrou do
PSDB para o PT quando este chegou ao poder com o intuito de manter sua força na
Petrobras. Integrantes do PP e PMDB já usufruíam dos esquemas coordenados por
Delcídio antes que ele ingressasse no PT.
O filho de Fernando
Henrique Cardoso foi beneficiado em esquema na Petrobras. Sobre isso o
procurador Dallagnol também não disse nada.
Por fim, a prova da
inconsistência da resposta de Dallagnol são as propinas milionárias pagas a
Aécio Neves, José Serra e outros integrantes da alta cúpula do PSDB. Fonte:
Pragmatismo Político.