A ex-presidente Dilma
Rousseff não poupou o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Moreira Franco, em entrevista publicada pelo Valor Econômico nesta sexta-feira
(17). A petista, se referindo a Franco como "gato angorá", disse que
ele tentou roubar enquanto estava na Secretaria de Aviação Civil. "(...) O
gato angorá tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar. É
literal isso: eu não deixei o gato angorá roubar na Secretaria de Aviação
Civil. Chamei o Temer e disse: 'Ele não fica. Não fica!'. Porque algumas coisas
são absurdas, outras não consegui impedir. Porque para isso eu tinha de ter um
nível de ruptura mais aberto e eu não tinha prova, não tinha certeza", declarou
Dilma. A ex-presidente ainda sugeriu que ter "mil coisas" para falar
do presidente Michel Temer e adiantou que o peemedebista é "extremamente
frágil", "fraco" e "completamente medroso", ao
contrário de Eliseu Padilha (Casa Civil). "Saber quem eles são, nós
sabemos. Não tenho a menor dúvida de quem é Padilha e Geddel [Vieira Lima,
ex-ministro da Secretaria de Governo]. Convivi sabendo quem eram. Não tenho
esse 'caiadismo' [de Ronaldo Caiado, DEM-GO] de falar que eu não sabia quem
eram. Sabia direitinho. Inclusive, uma parte do que sou e da minha intolerância
é porque eu sabia demais quem eles eram", reforçou a ex-presidente.
Durante a entrevista, a petista havia reconhecido que errou ao desonerar
tributos das empresas brasileira, reduzir a contribuição previdenciária, o IPI
e outros impostos. "Tivemos uma perda fiscal muito grande. Nossa
expectativa era evitar que a crise nos atingisse de forma pronunciada, Por isso
aumentamos também o crédito, mas acho que aí não erramos. Erro foi a
desoneração porque, ao invés de investir, eles aumentaram a margem de lucro às
custas de mais fragilidade nas contas públicas", explicou Dilma. Por outro
lado, ela negou que tenha compactuado com a corrupção investigada pela Operação
Lava Jato. Dilma argumentou que sancionar a lei da delação premiada, respeitar
a Polícia Federal e o Ministério Público, além de nomear ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) sinalizam a importância que ela dá ao combate à
corrupção. Dilma aproveitou para destacar os "500 mil pesos e mil medidas"
que se tornou o combate à corrupção. "Enquanto as investigações estavam
sobre o PT ou alguém do PT, não havia problema em vazamento. Agora tem. Uma
coisa que, visivelmente, em qualquer país do mundo seria caso de quebra da
segurança nacional, que é gravar o presidente sem autorização do Supremo, tudo
isso foi permitido. Agora, quando chega ao PMDB ou PSDB, é criminalização da
política", acrescentou. Fonte: Bahia Notícias.
OPINIÃO DO BLOG: Administrar a coisa pública exige mão firme nas decisões e muita transparência. No caso, Dilma Rousseff mesma confessa que sabia com quem estava trabalhando - certamente falaria de governo de coalizão para suportar pessoas incorretas se tivesse que se explicar porque aceitou tanto - pelo que dá para se compreender que ela estava completamente equivocada e que em nenhum momento teve coragem de anunciar publicamente que essas figuras carimbadas da política não poderiam continuar no seu governo. Pagou um preço alto (?) e deixou o país nessa situação onde as dúvidas são constantes e dormem com todos os brasileiros.
Não há a menor razoabilidade neste momento em vir a público para se justificar afirmando que não deixou enquanto governo, alguém roubar. Ora, cabia-lhe no mínimo a demissão do cidadão em questão e apresentar as razões do seu afastamento aos partidos com quem trabalhava como base de governo e aos brasileiros que lhe deram novo mandato em eleições diretas.