Simplesmente o que
mostra o vídeo que trata da condução – se é que se pode considerar condução – do
garoto João Víctor por duas pessoas que trabalham na lanchonete Habib’s,
situada à Vila de Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo, é por demais
traumatizante a qualquer pessoa sensível, haja vista a forma como se procedeu
com total desprezo por um ser humano, principalmente em se sabendo que pode ter
sido fortemente agredido por eles mesmos,
E é porque no Brasil
muito se fala cotidianamente em Direitos Humanos e Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA. Exige-se demais a observação dessas leis e outras normas até,
mas em verdade, na prática é o que se está vendo no vídeo, retratando total
desprezo pelo ser humano seja ele de qualquer idade e principalmente se
pertencer a classe social inferior, economicamente.
Pergunto-me como se
pode assistir a tremenda barbaridade sem se deixar tomar por profundo sentimento
de revolta, por mais agressiva que tivesse sido a criança. E não faltarão os
arautos da impunidade neste momento para alegar que o garoto era perigoso. Aliás, já estão afirmando isso. na tentativa
de limpar a barra da lanchonete que também tem responsabilidade no fato criminoso.
Como se trata de um
menino pobre e pedinte, os seus agressores, podem crer, estavam certos da
impunidade.
À reação popular nas
imediações da conceituada casa de lanches, bem como ampla divulgação do caso
pela imprensa nacional e redes sociais, fizeram com que a lanchonete publicasse
uma nota explicativa de que afastara as pessoas envolvidas no episódio trágico.
Entretanto, para entendedores do Direito e de Justiça, não está a empresa
afastada de participação no crime, uma vez que esse fora cometido por pessoas ligadas
a ela profissionalmente e em horário de pleno expediente. .
Aguardemos, pois, o
pronunciamento da Justiça, sentenciando a quem realmente mereça, sem
desconhecimento, de que mais uma vítima social se torna alvo de punição
dolorosa e duríssima por parte de quem defende os poderosos.