Em despacho
na noite de sexta-feira, 10, o juiz Sérgio Moro deu prazo de mais 15 dias para
que a Polícia Federal conclua o inquérito que apura as suspeitas de lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e corrupção envolvendo os lobistas Jorge Luz e seu
filho Bruno Luz. Acusados de atuar como operadores do PMDB no esquema de
corrupção na Petrobras eles foram presos nos Estados Unidos e retornaram ao
Brasil no dia 25 de fevereiro.
"Apesar
das provas já referidas na decisão em questão, apontando, em cognição sumária,
provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação ao
investigado (Jorge Luz), afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia
Federal para melhor análise do material apreendido", assinalou o juiz que
afirmou ainda que não prorrogará novamente o inquérito. O prazo inicial para a
conclusão das investigações era neste sábado, 11, e a PF pediu a prorrogação
para concluir a análise de todo o material apreendido, incluindo os aparelhos
celulares dos lobistas.
A prisão
preventiva deles foi decretada, no Brasil, por Moro na 38ª fase da Lava Jato,
chamada de Blackout. Deflagrada no dia 23 de fevereiro, a operação também
cumpriu 15 mandados de busca e apreensão na residência e nas empresas dos
investigados no Rio de Janeiro. Além disso, o juiz Sérgio Moro também decretou
o bloqueio de R$ 50 milhões dos investigados.
Jorge Luz
e seu filho Bruno são acusados de movimentarem pelo menos US$ 40 milhões em
propinas para agentes públicos e políticos do PMDB, em cinco contratos da
Petrobras, no Brasil, Argentina e África. Aos 73 anos, o "empresário"
Jorge Luz é um dos maiores lobistas da Petrobras, atuando na estatal desde,
pelo menos, 1986. Ele é considerado por investigadores da força-tarefa de
Curitiba o verdadeiro "homem-bomba" do PMDB.
Relatório
de informação do Ministério Público Federal mapeou nove empresas ligadas ao
lobista que seriam usadas para ocultar movimentação ilegal de dinheiro, em
especial, em contratos da Petrobras.
A Lava
Jato considera ter identificado a rede de empresas de Luz usadas para lavar
dinheiro. Por meios delas, a força-tarefa quer chegar aos valores pagos nos
negócios já delatados por outros investigados e expandir as apurações.
A defesa de Jorge e Bruno Luz não
quis se manifestar sobre o a decisão de Moro. Fonte: Notícias ao Minuto.